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Copa de 2023: o dia em que a Espanha tocou o céu

20 de agosto de 2023, o mundo assistiu a um feito que vai ecoar por gerações: a seleção feminina da Espanha conquistou, pela primeira vez, a Copa do Mundo de Futebol. Não foi apenas uma vitória esportiva, foi um símbolo de superação, resiliência e renascimento de um futebol que, por anos, lutou nas sombras por reconhecimento e respeito.


A trajetória da La Roja até o topo do mundo não foi linear. O torneio, disputado na Austrália e Nova Zelândia, começou com promessas e incertezas. A seleção espanhola chegou ao Mundial enfrentando desafios internos profundos: um ano antes, 15 jogadoras pediram para não serem convocadas por desacordos com a comissão técnica comandada por Jorge Vilda. Entre elas, estavam estrelas incontestáveis, o que gerou uma crise sem precedentes. Apenas três dessas jogadoras retornaram ao grupo para a Copa. Era um elenco renovado, jovem, talentoso, mas também sob intensa pressão.


A fase de grupos trouxe um alerta: apesar das vitórias contra Costa Rica e Zâmbia, a Espanha sofreu uma dura derrota por 4 a 0 diante do Japão. Muitos duvidaram da capacidade do time de se reerguer. Mas foi ali, na dor da humilhação, que a equipe renasceu.


Nas oitavas, veio a resposta: vitória convincente sobre a Suíça por 5 a 1. Nos quartos de final, um duelo histórico contra os Países Baixos, campeãs europeias de 2017 e vice-campeãs do mundo em 2019. Em um jogo dramático, a Espanha venceu por 2 a 1 na prorrogação, com a jovem Salma Paralluelo, de apenas 19 anos, brilhando e se tornando símbolo da nova geração espanhola.


A semifinal contra a Suécia foi outra batalha de gigantes. Um jogo tenso, decidido nos minutos finais com um golaço de Olga Carmona, a lateral que se tornaria a heroína da campanha.


Na final, contra a poderosa Inglaterra, campeã da Euro 2022, o mundo parou. Em Sydney, diante de mais de 75 mil espectadores, a Espanha jogou com coragem, organização e coração. Olga Carmona, mais uma vez, marcou o gol da vitória, selando o 1 a 0 que entraria para a história.


Além da conquista coletiva, brilhou o talento individual: Aitana Bonmatí, maestra do meio-campo, foi eleita a melhor jogadora do torneio. Com uma visão de jogo excepcional e controle total do ritmo da equipe, ela personificou a elegância e a eficiência do futebol espanhol. A jovem Paralluelo foi reconhecida como a revelação da Copa, mostrando que o futuro é promissor.


Mais do que uma taça, a Espanha conquistou respeito. Provou que, mesmo diante de conflitos, críticas e dificuldades, é possível se unir por um sonho maior. Esta vitória não pertence apenas às 23 jogadoras em campo pertence às meninas que cresceram ouvindo que "futebol não é para mulheres", pertence às pioneiras que jogaram em campos de terra, e pertence a uma nova geração que agora tem ídolos em quem se espelhar.


Na noite em que ergueram a taça dourada, as jogadoras espanholas não só gritaram por alegria, gritaram por todas as que vieram antes, por todas as que ainda virão.


A Espanha é campeã do mundo. E o mundo ouviu.

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