Copa Africana das Nações: os novos recordes estabelecidos pela seleção egípcia
- Érica Karina
- 12 de nov. de 2023
- 3 min de leitura
Me deparei em alguns momentos me perguntando sobre a dificuldade em escrever um especial, não me refiro a dificuldades em encontrar fontes, não. Quando reflito sobre essa dificuldade vou mais afundo, penso em como ser justa em exaltar os feitos dos campeões, e também as qualidades das equipes que mesmo não sendo vencedoras, lutaram bravamente. Espero até aqui, estar fazendo jus a história dos campeões da Copa Africana das Nações.
Finalizei nossa última conversa, trazendo os apontamentos de Araújo e Massari sobre como o futebol é um elemento central na formação da identidade nacional, e gostaria de acrescentar, o futebol serve como um aglutinador, é o elemento capaz de unificar uma nação e apaziguar conflitos, e como já o fez em outros momentos como por exemplo, a Guerra Civil da Costa do Marfim.
A edição de 2000 da Copa Africana das Nações foi marcada pela união de Gana e Nigéria para sediar o torneio, substituindo o então anfitrião Zimbábue. A primeira edição da CAN do século XXI foi ganha por Camarões, conquistando um empate contra uma das anfitriãs Nigéria e conquistando a vitória nos pênaltis. Os camaroneses conquistaram também seu bicampeonato consecutivo em 2002, igualando o feito de Gana na década de 1960 e dos egípcios em 1957 e 1959. O bicampeonato camaronês foi sobre a forte equipe de Senegal, classificados pela primeira vez na história para a Copa do Mundo daquele ano.
A edição seguinte, em 2004 foi marcada pela vitória da seleção da Tunísia, que venceu a equipe de Marrocos pelo placar de 2 a 1 e conquistou seu primeiro e único campeonato. As edições seguintes, 2006, 2008 e 2010 foram marcadas pela soberania egípcia no torneio. Em 2006, novamente em casa, a seleção do Egito conquista seu 5º troféu de campeão, alcançando dessa forma, o recorde africano, ao se tornar a primeira equipe a conquistar cinco títulos da CAN.

Após a vitória nas edições e de 2008 e 2010, o Egito ultrapassa seu próprio recorde, se tornando a primeira e até então a única seleção africana a vencer a CAN sete vezes. Assim como tornou-se a primeira seleção a conquistar a tricampeonato de forma consecutiva, unindo-se ao seleto grupo formado por Argentina, México e Irã, que conquistaram o tricampeonato de suas copas continentais consecutivas. E para aqueles que acham que a seleção egípcia parou por aí, estão extremamente enganados. Ainda em 2010, o Egito estabeleceu mais dois novos recordes: não sendo derrotado por dezenove partidas consecutivas na CAN, sendo sua última derrota em 2004, diante da Argélia, além de vencer nove vezes de forma consecutiva.
Muitos dias se passaram desde que comecei a escrever sobre a origem da Copa Africana das Nações e seus campeões e, desde então a cada nova pesquisa sobre o assunto e a cada nova linha que escrevo, ganho um novo conhecimento, um novo olhar sobre o tema, e, aquela reflexão que me fiz no início deste texto, penso que seja incapaz de ser realmente justa com cada conquista, porém, ao transmitir essas histórias e conquistas, tendo mesmo que minimamente sobressair as linhas e tocar o imaginário, ou a lembrança e ser capaz de permitir que os leitores, assim como eu, consigam vislumbrar o cenário pintado por cada campeão e cada partida que eternizou-se no esporte.
A frente ainda temos mais uma década de campeões. Mais uma década de novas histórias que nós aqui não podemos resgatar, afinal, a ideia de resgate mostra-se arcaica e ultrapassada, porém, tentaremos adiante demostrar a quem nos acompanha, a emoção da vitória e o orgulho da luta, o brilho do futebol. Afinal, os apaixonados pelo esporte nem sempre se recordam de feitos ilustres, mas o recontam, partindo da memória e da imaginação, do que foi e de como poderia ser.
Comments