O exorcismo do Avellaneda
- Lívia Gama
- 30 de abr. de 2024
- 3 min de leitura
O fim da maldição enterrada por anos no Cilindro, casa do Racing Club de Avellaneda
Time que era acostumado a comemorar títulos, campeão argentino em 1966 e campeão da Libertadores da América e Mundial de 1967. O Racing vivia o seu melhor momento até a década de 70, onde o pior estava por vir.
Os anos de triunfos da equipe do Avellaneda não agradava o seu rival que, simplesmente, decidiu acabar com a sua festa. Em uma noite fria, os torcedores do Independiente, conhecidos como El Diablo ou Rojo, entraram no Cilindro com a ajuda de um funcionário do clube, funcionário que cuidava dos gramados do Racing, mas que tinha um coração rojo. Os torcedores entraram no estádio com pás e sete sapos e enterraram embaixo do gol. O "sacrifício" era para que o time de Avellaneda tivesse fracasso e não chegasse perto de nenhum título por meio século.
Dez anos se passaram e assim chegando os anos 80. O Racing só fracassava nas competições, para a alegria dos hinchas rojos, a maldição estava funcionando. O que eles não contavam é que a historia iria se espalhar, os boatos sobre a invasão e os sete sapos chegaram aos ouvidos de Juan Toto, técnico do Racing. O treinador então ordenou que fosse feito escavação na área para encontrar os sapos. E os boatos se dividem: torcedores contam que foram encontrados seis ossadas de gatos, que não eram sapos e que a princípio restava uma. Por outro lado, têm pessoas que dizem que não foi encontrado nada. Apenas uma coisa era fato: o Racing cavou a área do "gol maldito", como é chamado.
A má fase do time não tinha fim e nos anos 90, Coco Basile desenterrou a historia e pediu uma nova procura, eles acreditavam que de fato estavam amaldiçoados e que os sapos ainda estavam lá. A procura foi iniciada no "gol maldito" e foram encontrados ossos perto, agora já não era mais achismo era um fato, uma certeza.

Mas, a maldição não tinha fim, a equipe decretou falência e começou a ser administrada por uma empresa. Diante de tantos fatos, azar e maldição, Daniel Lalín, presidente do clube, decidiu que era necessário fazer um exorcismo no gol amaldiçoado. Houve uma processão com a participação de 20 mil torcedores com velas e tinha até um sacerdote. Os torcedores jogaram água benta ao redor do estádio. Agora todos acreditavam na existência da bruxaria. O Cilindro nunca mais foi o mesmo desde aquele dia.
O dia 14 de fevereiro de 1998 foi marcado com o exorcismo de Avellaneda, na noite do mesmo dia o Racing perdeu a partida contra os reservas do Cólon.
O Racing voltou a ser campeão argentino após 35 anos. O título foi conquistado longe de casa e do gol maldito. O Independiente que era apenas um rival, passou a ser um Inimigo eterno. Não existe torcedor argentino que duvide desta história que arrepia os cabelos e da calafrios. Nas redes sociais um torcedor exibe uma camisa do Racing usada por um dos homens "cura" presente no exorcismo.
"Esa es la camiseta de Racing de mí vieja. La de Teo Gutiérrez cuando estaba en Racing (usada en juego) Se la consiguió un primo de ella.. uno de los curas que le hizo el "exorcismo" a la cancha.. fana de Racing también", diz o torcedor.
A história com certeza será contada por todas as gerações, e com certeza será respeitada eternamente. Os que não acreditavam em maldições, agora acreditam e temem.
Comments