Copa Africana das Nações: a soberania ganesa e os novos campeões
- Érica Karina
- 2 de out. de 2023
- 3 min de leitura
Desde nossa última conversa algumas coisas aconteceram no mundo do futebol, vimos o São Paulo ser campeão da Copa do Brasil pela primeira vez na história, vimos também os jogos de ida da semifinal da Copa Libertadores da América e, concordamos, ambos os eventos esportivos foram de tirar o fôlego dos torcedores. Agora, esperamos ansiosos pelo desenrolar das partidas de volta da Copa Libertadores e sabermos quem será o tão esperado campeão. Foi mencionando esses dois eventos esportivos que iniciei minha última conversa para apresentar o que ansiava apresentar: a Copa das Nações Africanas.
Iniciamos nossa última conversa falando sobre a criação da Confederação Africana de Futebol (1956) e o início da Copa das Nações Africanas (1957), formada inicialmente pelas equipes do Egito, Sudão, Etiópia e África do Sul, sendo está última banida pelo regime separatista que imperava no país. Apresentamos também seu primeiro campeão e bicampeão Egito (1957 – 1959) e a campeã Etiópia (1962). Hoje pretendemos dialogar com o novo formato do torneio adotado a partir da quarta edição da competição e trazer outros campeões para o público conhecer.
Os anos de 1960 marcaram a competição por acontecimentos significativos. O primeiro fora a expansão do torneio para receber um maior número de equipes, em 1963 o torneio passou a ter seis equipes disputando o troféu, posteriormente, nos anos de 1968 o número de equipes passou a oito. Entre o decorrer dos anos de 1960 houveram outros fatores que foram fundamentais para a concretização do torneio como vemos atualmente. Ainda nesse período a competição foi batizada como Copa Africana das Nações, já que até então era conhecida como Copa Africana. Outro fator importante para a competição foi a regra que limitava o número de jogadores estrangeiros inscritos por seleção, na tentativa de igualar a disputa, essa regra perdurou de 1965 a 1982.
O período que seguiu entre 1963 – 1970 ficou conhecido como “A dominação ganesa”, esse nome surgiu após a seleção de Gana mostrar-se imbatível desde sua estreia na competição, conquistando seu primeiro campeonato (1963) e o bicampeonato (1965) do torneio e disputando a final em 1967, qual fora vencida pela República do Congo (Congo-Kinshasa) pelo placar de 1x0, marcando a primeira derrota dos ganeses em todas as edições do torneio, até então haviam sido oito vitórias, dois empates e nenhuma derrota. Outro marco importante para a Copa Africana das Nações foi a regulamentação da CAN acontecer de dois em dois anos e em anos pares (regra essa que só veio a ser modificada em 2013, para que não houvessem conflitos entre as agendas da Copa Africana das Nações e da Copa do Mundo).

A década seguinte foi marcada pela diversidade de campeões, não havendo entre os anos de 1970 um campeão consecutivo. Nestes anos tivemos como campeões: Sudão (1970), Congo (Congo-Brazzaville) (1972), Zaire (1974 – atual República Democrática do Congo), Marrocos (1976), Gana (1978) e Nigéria (1980). E com exceção da equipe de Gana, só houveram campeões inéditos do torneio. Além de ser a única equipe já vencedora da competição na década, os ganeses alcançaram outro marco importante, ao sagrarem-se campeões em 1978, tornaram-se a primeira equipe a conquistar o tricampeonato do torneio.
Ainda faltam mais de 40 anos de história para conhecermos todos os campeões e também como a Copa Africana das Nações se desdobrou com o passar dos anos, assim como as novas implementações realizadas no torneio. Contudo, apresentar uma competição tão grandiosa requer tempo, e tempo meus amigos, é o que nós temos. Desse modo, espero que possamos nos encontrar novamente e prosseguir este percurso na história dos campeões africanos.
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