Champions League: a redenção do Milan em Atenas em 2007
- Érica Karina
- 31 de jan.
- 3 min de leitura
Em clima de revanche, o Milan conquistou seu heptacampeonato da Champions League ao vencer o Liverpool por 2 a 1, na cidade grega de Atenas. Com a vitória, o clube rossonero se tornou o segundo maior vencedor da competição, ficando atrás apenas do Real Madrid, com nove títulos.
Para os torcedores milaneses, a final contra o Liverpool em 2007 carregava mágoas e fantasmas. Dois anos antes, o Milan havia perdido um título praticamente garantido para o mesmo adversário. Agora, era hora de superar o passado, focar no presente e buscar a vitória para apagar o trauma.
A temporada 2005-2006 também ficou marcada por escândalos na Itália, com a descoberta de manipulação de resultados. Clubes como a Juventus foram duramente punidos a Velha Senhora, inclusive, foi rebaixada à Série B e perdeu dois de seus títulos. O Milan, que inicialmente também seria rebaixado, conseguiu, através de articulações políticas de Silvio Berlusconi, uma punição mais branda: começou o Campeonato Italiano com oito pontos negativos e teve que disputar a fase preliminar da Champions League.
Com Juventus e Milan punidos, a Internazionale dominou o cenário nacional. Sem chances de brigar pelo título italiano, o Milan concentrou suas forças na Champions, contando com um elenco estrelado: Maldini, Nesta, Gattuso, Pirlo, Seedorf, Kaká e Inzaghi garantiram atuações memoráveis na busca pela glória europeia.
Na fase preliminar, o Milan enfrentou o Estrela Vermelha da Sérvia e garantiu a vaga na fase de grupos ao vencer por 1 a 0 em Milão e 2 a 1 fora de casa. Sorteado no Grupo H, junto com Lille, Anderlecht e AEK Atenas, o Milan estreou com uma vitória de 3 a 0 sobre o AEK no San Siro, com gols de Inzaghi, Gourcuff e Kaká. Empatou sem gols com o Lille na França e venceu o Anderlecht na Bélgica por 1 a 0, com gol de Kaká.
No segundo turno da fase de grupos, o Milan goleou o Anderlecht por 4 a 1, com três gols de Kaká e um de Gilardino. Entretanto, sofreu derrotas nos jogos seguintes: 1 a 0 para o AEK Atenas e 2 a 0 para o Lille. Ainda assim, terminou a fase em primeiro lugar com 10 pontos e avançou para o mata-mata.
Nas oitavas de final, o Milan enfrentou o Celtic. Depois de um empate sem gols na Escócia, Kaká marcou na prorrogação em Milão, garantindo a classificação com uma vitória por 1 a 0. Nas quartas, encarou o Bayern de Munique: empate em 2 a 2 no San Siro (gols de Pirlo e Kaká) e uma vitória segura por 2 a 0 na Allianz Arena, com gols de Seedorf e Inzaghi.
Na semifinal, o desafio era o poderoso Manchester United, de Cristiano Ronaldo e Wayne Rooney. No jogo de ida em Old Trafford, o Milan saiu na frente com dois gols de Kaká, mas acabou derrotado por 3 a 2 após a virada dos ingleses. No jogo de volta, diante de mais de 80 mil torcedores no San Siro sob forte chuva, o Milan respondeu com uma atuação impecável, vencendo por 3 a 0, com gols de Kaká, Seedorf e Gilardino, carimbando a vaga para a grande final.
A decisão seria no Estádio Olímpico de Atenas, palco da histórica conquista do Milan em 1994 contra o Barcelona. Dessa vez, o adversário era o Liverpool, o algoz da traumática final de 2005. A expectativa era de um grande jogo e não decepcionou.
A partida foi equilibrada: o Milan manteve maior posse de bola, enquanto o Liverpool levava perigo em contra-ataques. No fim do primeiro tempo, Inzaghi abriu o placar para os italianos. Na segunda etapa, o próprio Inzaghi ampliou. Apesar de Kuyt diminuir para os ingleses, o Milan segurou a vantagem e garantiu a vitória por 2 a 1, conquistando seu sétimo título europeu.
Ainda na temporada, o Milan venceu a Supercopa da UEFA e disputou o Mundial de Clubes contra o Boca Juniors, reeditando a final de 2003. Com uma vitória convincente por 4 a 1, o Milan se tornou o primeiro tetracampeão do Mundial e o único clube a vencer o torneio em todos os seus formatos históricos.
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