A persistente diferença entre as Copas masculina e feminina

Há tempos se discute sobre a valorização que as pessoas dão ao futebol masculino e a desvalorização quando se trata do feminino. Ainda que na Copa atual, comparada com a de 2019, muita coisa tenha mudado e para melhor, falta muito para se tornar algo, no mínimo, equilibrado. 

A começar pela premiação, para evidenciar uma grande discrepância. Enquanto na Copa do Mundo masculina do ano passado (2022), o valor para a seleção ganhadora foi de US$ 42 milhões, a seleção que ganhar a Copa feminina receberá apenas US$ 4 milhões.

Diferença de salário é algo sempre discutido e que infelizmente não muda. De acordo com uma pesquisa da CNN, as jogadoras receberão 25 centavos por cada dólar recebido pelos jogadores homens.  

“Ingenuidade é pensar que é só futebol, isso reflete em todas as outras pautas que as mulheres reivindicam, é um termômetro” ressalta o torcedor Mario Maldonado 

Além disso, durante a transmissão da partida entre a Nova Zelândia e Noruega pela CazéTv, houve a necessidade de desativar o chat no YouTube por conta de comentários extremamente machistas vindo de internautas. Vale ressaltar que o jogo estava acontecendo às 4h da manhã e mesmo assim havia pessoas que estavam acompanhando apenas para destilar seus preconceitos. 

Enquanto na Copa masculina, tem a tradição de comprar camisas da seleção, se reunir em bares ou com amigos em dias de jogos, folga ou liberação durante os jogos do Brasil, por exemplo, na Copa feminina essa mobilização da sociedade é bem menor evidentemente. A falta de interesse dos próprios amantes de futebol e, principalmente, de mulheres que acompanham o esporte, prejudica muito a evolução e melhoria da igualdade entre os dois gêneros.