As batalhas de um ídolo até a glória
- Kaliandra Alves Dias
- 11 de jul. de 2024
- 2 min de leitura
Andrés Iniesta é sinônimo de maestria e jogadas inexplicáveis. O meio-campista possui um currículo invejável de títulos e prêmios conquistados ao longo de sua carreira, porém, a maior glória do menino de Fuentealbilla aconteceu em 11 de julho de 2010.
Com o triunfo do segundo título da Fúria na Eurocopa de 2008, o elenco passou por pequenos ajustes para a Copa do Mundo de 2010. A esperança de uma conquista inédita na competição sempre esteve vivo no coração de cada torcedor espanhol, e nem mesmo os históricos de competições anteriores iriam fazer nosso sonho virar pesadelo.
O início não foi nada fácil, afinal, uma derrota logo na estreia poderia desestabilizar os jogadores e sua própria torcida. Mas não baixamos a cabeça. Caímos e levantamos, seguimos em busca do nosso maior objetivo.
Iniesta foi o grande herói desta edição, mas poucos torcedores têm conhecimento dos momentos difíceis que o jogador passou. Andrés sofreu uma perda inestimável. Seu amigo, Dani Jarque, faleceu após sofrer um ataque cardíaco enquanto estava na pré-temporada do Espanyol, em 2009. Em sua biografia, o 'mago' revela que sofreu depressão, fazendo-o sentir como se estivesse em queda livre.
"Quando eu estava lutando contra a depressão, a melhor hora do dia era quando eu tomava meus remédios e ia para a cama. Perdi a vontade de viver. Abracei minha esposa, mas foi como abraçar um travesseiro".
Em abril de 2010, Don Iniesta sofreu uma ruptura do bíceps da perna direita, foram oito partidas sem defender a camisa do Barcelona. Antes da estreia oficial na Copa do Mundo, a Espanha disputaria um amistoso com a seleção da Polônia, seria a grande volta do eterno camisa 6. O que seria um momento mágico, tornou-se mais uma prova de perseverança que o craque teria antes da glória conquistada. A lesão que sofreu durante a partida contra os poloneses, deixou o craque fora da estreia da Fúria diante da Suíça na Copa do Mundo. Coincidência ou não, essa foi a única derrota dos espanhóis no torneio.

Foram cinco jogos vestindo a camisa da Espanha até a tão sonhada final. Foram 557 minutos jogando e um gol marcado. Ninguém imaginaria que o destino havia traçado esse final feliz a Iniesta após tantos momentos dolorosos. Iniesta marcou seu segundo gol na competição. Mas não era um gol qualquer, era o gol do título. Após 80 anos de espera, a Espanha tornava-se campeã de uma Copa do Mundo.
O gramado do Soccer City assistiu a defesa com a ponta dos pés de Casillas, após um chute a queima-roupa de Robben. O estádio e o mundo inteiro viram o domínio, a calma e a frieza de Iniesta ao marcar o gol. A vibração ao ver a bola lentamente balançando as redes e a emoção contida e extravasada em uma comemoração que iria homenagear um dos maiores amigos do craque espanhol.
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