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Semana do Treinador: o icônico Felipão

Reverenciado, sério e com uma personalidade única. Luiz Felipe Scolari, ou carinhosamente chamado de Felipão, é um dos treinadores mais vitoriosos do futebol brasileiro. Multicampeão com Grêmio e Palmeiras, o gaúcho de Passo Fundo ainda eternizou o seu nome conquistando o penta na Copa do Mundo de 2002, com a Seleção Brasileira. Das glórias eternizadas ao gosto amargo do 7 a 1, Felipão é uma personalidade histórica no cenário nacional e internacional.


Da zaga à casamata

Revelado pelo Aimoré, Felipão teve uma carreira curta no futebol e defendeu apenas cinco times (iniciando no Aimoré e se profissionalizando no Caxias, Juventude, Novo Hamburgo e CSA). Pendurando as chuteiras aos 33 anos, o passo-fundense decidiu investir na carreira de professor, dando aulas de educação física. Aos poucos, o olhar se voltou ao comando técnico e, em 1982, foi anunciado como treinador do CSA. Com o clube alagoano, Felipão não decepcionou e conquistou o Estadual no mesmo ano.


Em 1983, Felipão retornou ao Rio Grande do Sul e teve a oportunidade de treinar o Juventude, Pelotas e o Brasil de Pelotas. Embora tenha permanecido pouco tempo nos clubes, com o Juventude, o treinador se destacou e em amistosos realizados no Oriente Médio, garantiu vitórias diante de grandes clubes e seleções.


A primeira passagem pelo Grêmio aconteceu em 1987, quando conquistou o Campeonato Gaúcho após uma vitória por 3 a 2 diante do Internacional. No ano seguinte, o desafio foi no Goiás e o gaúcho que nasceu e cresceu em uma pequena cidade do interior gaúcho teve a oportunidade de desbravar o mundo, assumindo o comando técnico do Qadsia SC e Kuwait, times do Oriente Médio.


Voltando ao Brasil no início da década de 90, Felipão teve uma rápida passagem pelo Coritiba. Mas foi no Criciúma, em 1991, que o técnico se destacou conquistando o título inédito na Copa do Brasil. Com a conquista no cenário nacional, a equipe catarinense disputou a Libertadores em 92 e, em campo, surpreendeu após derrotar o São Paulo por 3 a 0 na fase de grupos da competição. Infelizmente, a eliminação aconteceu diante do mesmo São Paulo nas quartas de final.


Brilha a estrela de Felipão no Imortal Tricolor

(foto: acervo Grêmio)

Cobiçado por diversos clubes, Felipão aceitou o desafio de treinar o Grêmio em 1994. E foi em sua segunda passagem pelo clube gaúcho que o seu nome se consolidou ainda mais. Com a conquista do bicampeonato na Copa do Brasil no mesmo ano, o Tricolor se classificou à Libertadores da América de 95.


Com um elenco repleto de jogadores aguerridos, o Imortal ergueu mais uma taça na Libertadores da América e mesmo perdendo o Mundial de Clubes diante do Ajax, nas penalidades, Felipão não deixou de surpreender.


No ano seguinte, o Grêmio deu mais uma volta olímpica, conquistando o Campeonato Brasileiro após vencer a Portuguesa por 2 a 0 - com gols de Paulo Nunes e Ailton. Em 1997, Felipão se despediu da torcida, deixando saudades.


Mais uma história eternizada no Verdão

Depois de uma breve passagem pelo Japão, Felipão foi anunciado como novo técnico do Palmeiras e nem o título perdido no Brasileirão diante do Vasco, foi capaz de apagar as conquistas que seriam conquistadas.


Em 1998, conquistou a Copa do Brasil após vencer o Cruzeiro na grande final. No mesmo ano, mais uma conquista diante dos mineiros, desta vez na Copa Mercosul.


A conquista em mais uma Libertadores da América aconteceu em 1999 diante do Deportivo de Cali. No ano seguinte, Felipão e a equipe bateram na trave, perdendo a final da competição sul-americana diante do Boca Juniors. A sua passagem foi encerrada com a taça no Rio-São Paulo, garantindo a vaga na Liberta do ano seguinte.


No Cruzeiro, Felipão acabou encerrando o seu ciclo com o título interestadual Copa Sul-Minas 2001 e com o convite para assumir a Seleção Brasileira.


Da turbulência ao penta

Vivenciando um período de turbulência e com risco de não se classificar à Copa do Mundo de 2002, Felipão precisou encarar a desconfiança e as críticas de sua convocação, após ter deixado Romário de fora e apostando as suas fichas em Ronaldo e Ronaldinho Gaúcho.


Um dos segredos do sucesso e conquista do Brasil na Copa do Mundo também teve relação com a "Família Scolari". A união e, até mesmo, os puxões de orelha de Felipão, foram cruciais para que o resultado fosse feliz.


Com a conquista na Copa, Felipão assumiu o comando da seleção portuguesa e disputando a tão sonhada final da Eurocopa, onde os portugueses foram derrotados pela Grécia. Já na Copa do Mundo de 2006, realizada na Alemanha, mais um feito: levando Portugal à semifinal e conquistando o quarto lugar na classificação geral da competição.


Fracassos no Chelsea, Palmeiras e o pesadelo do 7 a 1

Os resultados com a seleção portuguesa levaram Felipão a Inglaterra, onde assumiu o Chelsea em 2008. Com uma das passagens mais rápidas, o brasileiro deixou o comando técnico após sete meses.


No Uzbequistão, conquistou o título inédito no Bunyodkor e foi recordista com 23 vitória consecutivas.


Em 2010, retornou ao Palmeiras e foi eliminado na Sul-Americana. No ano seguinte, mais um capítulo triste: a eliminação na Copa do Brasil. O reencontro com os títulos veio em 2012, com a conquista na Copa do Brasil.


O desempenho irregular de Mano Menezes na Seleção Brasileira fez com que Felipão voltasse a assumir o cargo de treinador. O sonho do hexa se manteve vivo na fase de grupos, mas foi nas oitavas de final que o pesadelo começou. Mesmo com a disputa em solo brasileiro, os torcedores se frustraram com uma lesão que afastou Neymar. Com isso, o Brasil precisou se formular para enfrentar a gigante Alemanha, e foi no Mineirão que a seleção sofreu a sua maior goleada em participações na Copa: o 7 a 1.


O "carinho" que vem de casa e a consagração na China

É inegável a forte ligação de Felipão com a torcida gremista. Após o vexame na Copa do Mundo, o retorno a Porto Alegre aconteceu - desta vez, para surpreender e aliviar a situação difícil que a equipe enfrentava no Brasileirão.


Apesar disto, a história de Grêmio e Felipão se encerrou em 2015. E foi na China que Felipão pode se reencontrar. No Guangzhou, o técnico brasileiro conquistou três campeonatos consecutivos: 2015, 2016 e 2017. Além disso, também conquistou a Liga dos Campeões da AFC (2015); Copa da China (2016) e duas Supercopas da China (2016 e 2017). Com uma despedida de ídolo, Felipão voltou a escrever o seu nome na história do futebol brasileiro conquistando o título do Brasileirão de 2018 com o Palmeiras.


Felipão: a solução para as crises?

Em 2020, Felipão foi a escolha do Cruzeiro para amenizar a situação critica que o clube vinha passando pelo Brasileirão Série B. Na zona do rebaixamento para a Série C, Felipão buscou motivar o elenco, mas os salários atrasados e as dificuldades fora das quatro linhas foram cruciais para o vínculo fosse rompido.


No ano seguinte, o gaúcho foi, novamente, a busca para a solução de crise do Grêmio. Com péssimo desempenho no Brasileirão e "namorando" com o rebaixamento, nem mesmo o ídolo foi capaz de interromper o ciclo e, também deixou o clube após 21 partidas.


Idolatria no Furacão

Em 2022, Felipão aceitou o desafio de comandar o Athletico Paranaense. Em sua primeira passagem pelo futebol paranaense, o treinador fez história classificando o Furacão para a Libertadores da América. Se o título não foi conquistado, Felipão conquistou a todos pela sua competência, motivação e seriedade e em novembro do mesmo ano, anunciou a sua aposentadoria dos gramados, mas assumindo o cargo de diretor técnico do Furacão.


A aposentadoria não durou muito tempo e, em junho deste 2023, o Atlético Mineiro anunciou o seu nome como técnico. No Galo, Felipão vivenciou momentos de dúvida e de polêmicas, principalmente nas coletivas de imprensa, em que as "patadas" eram frequentes nas respostas dadas aos jornalistas.


Ácido, sério e brincalhão. As facetas de Felipão são muitas, e são elas que o transformaram em um dos grandes nomes do futebol.

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