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Semana do Treinador: das ruas da Zona Leste à disputa do mundial

Atualizado: 4 de jul. de 2024

Das ruas da Zona Leste à disputa do Mundial, conheça a história de Fernando Diniz. O menino que sonhou em ser jogador de futebol, mas só encontrou-se realizado ao preparar e acolher outros atletas.


A infância

Fernando Diniz nasceu em Patos de Minas e mudou-se para São Paulo ainda bebê, antes mesmo de completar um ano de idade. Filho de Maria e Antônio, Fernando cresceu com seus sete irmãos.


Durante a infância, o menino que já sonhava em ser jogador de futebol, brincava nas ruas, nas quadras e nos campos de terra. Tudo era ferramenta para melhorar, laranjas e bolas de tênis faziam parte de seus treinos. Quando se via sem companhia, Fernando praticava até mesmo sozinho. Dedicado, esforçava-se todos os dias, para atingir o seu melhor.


O pai cruzeirense, sonhava com um filho jogador de futebol, mas infelizmente, não pode ver todo o sucesso conquistado por Diniz, que tinha apenas oito anos de idade quando perdeu seu herói.


Das quadras aos gramados

Foto: Facebook | Copa Chevrolet Futsal - GM Equipes do Passado

Aos nove anos de idade, Fernando iniciou na base do Juventus. Para além dos gramados, o menino também brilhava nas quadras de futsal. Como ala, conquistou títulos pela GM e pela própria Juventus, que mais à frente o obrigou a decidir entre as quadras e o campo. Diniz escolheu a segunda opção. Na posição de meio-campista passou por clubes como Palmeiras, Corinthians, Fluminense, Flamengo, Cruzeiro e Santos.


O início como treinador

Em 2008 Diniz aposentou-se como jogador e no ano seguinte iniciou seu primeiro trabalho como técnico, no Votoraty, onde foi campeão da série A3 do Campeonato Paulista, da Copa Paulista e permaneceu até a extinção do clube.


Após rápidas passagens como treinador em clubes de pouca expressão, Diniz destacou-se no Audax em 2016, ao levar o time à final do Campeonato Paulista. Já nessa época, sua filosofia de jogo começou a chamar atenção.


Dinizismo

O estilo de jogo que todos comentavam, fortaleceu-se com o tempo. Mas afinal, o que é o Dinizismo?


A filosofia de jogo de Fernando Diniz é caracterizada por uma abordagem ofensiva, que valoriza a posse de bola, a troca de passes e a movimentação constante dos jogadores. O treinador prioriza a construção paciente de jogadas elaboradas desde o campo de defesa. O goleiro participa dos lances a partir da saída de bola com toques curtos e evita o chutão. Essa abordagem busca gerar superioridade numérica e desorganizar a marcação adversária.


A movimentação é uma peça-chave em seu estilo de jogo. Os atletas não ficam engessados em suas posições originais. Diniz busca criar um ambiente propício para que sua equipe execute um modelo de jogo dinâmico e criativo. Os jogadores podem arriscar e possuem liberdade para se movimentarem em campo e até inverterem funções. A ideia é estarem sempre próximos à bola. Assim, quando recuperam a posse, podem esperar ter ao menos duas opções de companheiros para a troca de passes.


Para Diniz, sua principal característica não está na parte tática, mas sim, no extracampo. Em cuidar dos jogadores. Formado em psicologia, o treinador reconhece a importância de estar bem em relação ao emocional.


Seu método tem sido associado a uma transformação positiva na performance de jogadores anteriormente subestimados, que passam a contribuir de maneira significativa para a equipe. “Se a pessoa estiver bem, estiver com confiança, estiver com a estima boa, e se conhecendo melhor, ela vai produzir melhor e saber suportar esse mundo do futebol profissional tão agressivo como é".


Um dos talentos dos quais Fernando Diniz não desistiu foi o atacante John Kennedy, do Fluminense.


“Por trás desse jogador tem uma história de vida que, no futebol, em vez de a gente acolher a pessoa como um todo, a gente acolhe só o jogador. Essa é uma falha gigantesca que tem no futebol brasileiro. A gente já perdeu muitos John Kennedys por aí e continua perdendo. Eu vou fazer de tudo para poder ajudá-lo”, afirmou o treinador em entrevista em 2022.

Foto: Carl de Souza

Em novembro de 2023, durante a final da Libertadores, Diniz chamou John Kennedy aos 35 minutos do segundo tempo e afirmou “Você vai entrar e fazer o gol do título”.


O professor tinha razão. A partida estava empatada em 1 a 1, quando durante a prorrogação, Kennedy fez o gol que levaria o Fluminense a ser campeão.


Fluminense e a Glória Eterna

A primeira vez em que Diniz atuou pelo Fluminense foi como jogador entre 2000 e 2003. Quinze anos mais tarde, Fernando retornava ao clube, dessa vez como treinador. Apesar das visíveis melhorias no futebol tricolor e do reconhecimento como melhor técnico do Carioca, o mau desempenho no campeonato brasileiro levou à sua demissão.


Após passagens por São Paulo, Santos e Vasco da Gama, Fernando Diniz retornou ao Fluminense no ano de 2022. Logo em seu primeiro mês no clube, Diniz chamou atenção ao quebrar o recorde de maior goleada da história na Copa Sul-Americana. O Tricolor Carioca derrotou o Oriente Petrolero por 10 a 1 na Bolívia.


Foto: Caíque Coufal

Em 2023, sob o comando de Diniz, o Fluminense conquistou a Taça Guanabara sendo campeão do Carioca em cima do maior rival, Flamengo. Em novembro do mesmo ano, o treinador conquistou um feito histórico.


O Tricolor vencia pela primeira vez a Libertadores da América - sendo o maior título da história de Diniz e do Fluminense.


Seleção Brasileira

Se no Fluminense Diniz conquistou a Glória Eterna, na Seleção foi bem diferente. Contratado em julho de 2023, como interino, o técnico quebrou recordes negativos.


Em novembro, contra a Argentina, a Seleção Brasileira sofreu a primeira derrota em casa na história das Eliminatórias. Essa foi também a primeira vez em que o Brasil perdeu três jogos consecutivos na competição e a primeira vez em que foi derrotado pela seleção da Colômbia em uma eliminatória de Copa do Mundo.


No entanto, como o próprio professor afirma, “campeão é aquele que não desiste”. O Brasil ainda está na zona de classificação e o próximo jogo pela competição acontece apenas em setembro de 2024, o que dá à seleção bastante tempo para se reestruturar, com ou sem Fernando Diniz. Independente dos resultados dentro de campo, é certo que o técnico deixou uma marca positiva em todos os atletas que treinou.

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