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Por que um dos países mais pobres do mundo patrocina Arsenal, PSG e Bayern München?

Quem acompanha o futebol europeu já deve ter olhado a expressão "Visit Rwanda" estampado em uniformes do Arsenal e Paris Saint-Germain. Agora, o slogan turístico do governo ruandês também poderá ser visto em camisas do Bayern München.


O campeão alemão anunciou nesta semana uma parceria "Platinum" com o país africano até 2028. As cifras do acordo não foram divulgadas, mas o valor não deve ser baixo.


Para estampar as mangas da camisa do Arsenal, o Conselho de Turismo de Ruanda vai desembolsar 10 milhões de libras por temporada até 2024/2025 e especula-se que o valor para o aparecer nas camisas de treino do PSG masculino, além das mangas do time feminino seja de 10 milhões de euros. 


E é aqui onde a conta não fecha. Ruanda é um dos países mais pobres do mundo. De acordo com a Unicef, 39% da população vive abaixo da linha da pobreza e 16%, em pobreza extrema. 


O questionamento de onde está vindo esse dinheiro segue sendo um mistério, apesar do governo local falar em "auto pagamento", no qual a “convite” através do esporte teria atraído mais visitas ao país e aumentado a economia, assim a propaganda “pagaria a si mesma”.


Porém, a pergunta do porque o governo ruandês está investindo no futebol é explicado com apenas um termo: sportswashing, junção em inglês das palavras esporte e lavagem.


Na prática é o uso do esporte como ferramenta para reverter a imagem de um indivíduo/grupo/país. O método tem sido comum entre potências petrolíferas, como Arábia Saudita e Qatar. E é por Ruanda estar no extremo oposto, em termos econômicos, que ela chama atenção, porém a finalidade da prática é sempre a mesma, usar o esporte principalmente para tentar desviar o foco da violência.


O país da África Central ficou marcado recentemente pelo genocídio tutsi. Em 1994, o grupo étnico hútus promoveu o massacre de 800 mil pessoas das etnias tutsis, túas e hútus moderados, em Ruanda. O ponto determinante do confronto teria sido o assassinato do entao presidente húntu Juvenal Habyarimana.


Além disso, desde 2000, o país é governado por Paul Kagame, ditador que acumula denúncias de violações de direitos humanos, perseguições, sequestros e assassinatos a críticos do regime político.


A tentativa de remodelar a reputação do país com o esporte, passa não só pelo patrocínio de gigantes europeus, mas também pelo estreitamento das relações com a FIFA. 


Em março, a capital de Ruanda, Kigali, recebeu o 73° congresso da FIFA, que reelegeu Gianni Infantino como presidente da entidade. O país também foi sede da reunião do Conselho da FIFA - instância máxima da entidade , que definiu o formato da Copa do Mundo de 2026.

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