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Não deixe o medo te impedir de realizar seus sonhos

Atualizado: 19 de mar. de 2024

Um pequeno e breve resumo da vida de uma jornalista esportiva, ou melhor,

sendo mulher no meio esportivo


Poderia iniciar o texto dizendo "que tive sorte" para chegar onde estou, mas sei que não foi nada disso. Aliás, muito escutei que cheguei até aqui por sorte, pois mulher sendo jornalista esportiva? Jamais! Mulher dando certo na área? Ah, essa aí "fez amor com o cara certo". Mulher ganhando espaço na mídia? É cota!Sempre tive o sonho de viver sendo jornalista esportiva, repórter de campo, redatora ou qualquer outra coisa que fosse no futebol. Nunca tinha dado um passo para isso acontecer, até que, início desse ano (2023), resolvi que mudaria meu futuro e que iria atrás dos meus sonhos.


"Cresci" admirando uma apresentadora do Globo Esportes RS (filiada Rede Globo), Alice Bastos Neves. Muitos me falaram que para ser uma nova Alice e chegar onde ela estava, eu tinha que ser a melhor, pois se tivesse um homem na disputa, eu perderia. Eu precisava estudar mais e me dedicar 100% ao futebol, pois só assim conseguiria. É verdade que a Alice era (e ainda é) ótima no que faz, mas sei que ela não sabia tudo. Assim como os homens não sabem tudo de futebol. Ninguém é um "Google", mas podemos usá-lo como assistente e aprendermos. Eu não queria ser uma "nova Alice", queria ser eu mesma. Porém, por muito tempo esse medo de não saber tudo sobre futebol me assustou.


Dei o primeiro passo ao me matricular na faculdade de Jornalismo. O segundo passo foi ir atrás de uma página no qual admirava muito e acho que aqui todo mundo conhece bem, o Futebol por Elas. Aqui aprendi e aprendo com cada mulher e suas matérias. Aqui desenvolvi outro pensamento sobre o futebol. Consegui organizar as ideias e cair na real que o "mundo é delas e o Futebol por Elas". Iniciei várias projetos esportivos no qual deram errado. Bati de cara na porta em muitas situações. Já fui chamada para integrar uma bancada esportiva apenas por ser mulher. Já ouvi perguntas do tipo "mas o que você fez para conseguir cobrir o jogo no estádio?". Essa pergunta poderia ser para qualquer gênero, mas como estava eu e meu marido na mesma situação, apenas pra mim foi perguntado. Já fui cantada, ao vivo, por homens quando estava trabalhando com a torcida. O mundo futebolístico mudou muito. Muitas portas foram abertas para nós, mulheres, mas ainda é um meio em desenvolvimento para não ser machista. E após tudo, também já ouvi que consegui ser repórter esportiva "porque tive sorte em ser mulher e eles estavam precisando".


arquivo pessoal

Não, eu não tive sorte em nada até aqui. Posso não saber tudo sobre o futebol, mas sei que tenho competência para o meu trabalho. Tenho vontade, tenho garra e determinação para conseguir o que quero.


O medo de não saber tudo ainda existe, mas tudo bem, não quero ser a nova Alice. Quero ser a Natália que chegou lá! Atualmente, sou repórter de um canal identificado do time do meu coração. Atuo em jornadas esportivas e entrevistas com os jogadores e não, não tive sorte, mas sei que o futebol é por elas também.


escrito por Natália Fontoura

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