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Filhos da diáspora

Se há uma seleção que se aproveita ao máximo das novas regras da FIFA sobre naturalização é o Leão do Atlas. Na última Data Fifa, dos 23 convocados pelo técnico Walid Regragui, 12 não nasceram em terras marroquinas. 


O goleiro Bono nasceu em Montreal, no Canadá; Ziyech e Sofyan Amrabat vieram à luz na Holanda; El Khannouss na Bélgica; Eliesse Ben Seghir e o jovem talento Amine Adli nasceram na França; Munir, Hakimi, Chadi Riad, Ismael Saibani e Akhomach são naturais da Espanha, assim como Brahim Diaz. 


Uma diversidade de origens que tem um ponto em comum: a descendência marroquina. Ao contrário do que ocorria no passado, quando os jogadores passavam a defender outras seleções por interesses financeiros ou esportivos, com as novas regras da FIFA, o atleta precisa apresentar uma "clara conexão" com a nova nacionalidade. Ou seja, é necessário ser filho ou neto de pessoas nascidas no país. E para uma ex-colônia europeia e que ainda possui uma localização privilegiada, isso não é muito difícil.


Marrocos ocupa uma posição estratégica no globo. O país é separado da Europa pelo Estreito de Gibraltar - canal marítimo que liga o oceano Atlântico ao Mar Mediterrâneo - o que permite uma maior migração de povos entre os continentes.


Assim, durante a colonização europeia, no século XVI, o litoral do país foi tomado por portugueses e espanhóis. E no período do neocolonialismo - divisão dos continentes africano e asiático entre as potências europeias - o sul do país foi colonizado pela França, enquanto o norte permaneceu com os espanhóis até 1956, quando o país africano alcançou a sua independência.


Desse modo, Marrocos possui uma grande população morando fora de suas fronteiras, principalmente, em países colonizadores.


Identidade marroquina

Para além do receio de suas raízes não serem aceitas por torcedores de outras seleções - a exemplo do que ocorreu com Yamal, espanhol filho de pais marroquinos, que mesmo sendo um dos protagonistas da Espanha na conquista da Euro teve que escutar frases preconceituosas sobre suas origem da torcida espanhola - um dos maiores motivos para os jogadores optarem pela seleção marroquina é a identificação.


Até tentei com a seleção espanhola, mas vi que não era o meu lugar, não me sentia em casa. Não era por nada em particular, mas pelo que sentia, porque não era o que tinha absolvido e vivido em casa, que é cultura árabe, sendo marroquino, queria estar na seleção marroquina", afirmou Hakimi, em entrevista ao jornal espanhol Marca, sobre optar defender Marrocos ao invés da Espanha.

Esse sentimento de pertencimento passa dos jogadores para a torcida e transforma a Seleção Marroquina em um grande símbolo da identidade nacional.


foto destaque: REUTERS/Fabrizio Bensch

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