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Maternidade e carreira: difícil conciliação

A maternidade é algo transformador na vida da mulher, onde ela deixa de viver por si para se entregar a uma criatura que passa a depender dela. Uma dualidade entre os desafios e a recompensa do amor incondicional. Mudanças físicas e emocionais que as moldam, trazendo adversidades  até então desconhecidas. 


Dentre os desafios, está o que milhares de mulheres passam para dar um futuro aos seus filhos ou apenas continuarem vivendo, que é a conciliação entre se dedicar a ser mãe e o trabalho. Uma rotina exaustiva, que por muitos não é observada. 


Entre as diferentes profissões extremamente exigentes, está a de ser jogadora de futebol. Um esporte que requer comprometimento, dedicação e um alto nível de preparação física e mental. Por isso, muitas atletas acabam por ter que escolher entre ter filho e a carreira, e as poucas que conseguem manter os dois sonhos, enfrentam muita dificuldade, já que existe pouco suporte.


Tamires, jogadora da Seleção Brasileira, foi bastante citada durante a Copa do Mundo de 2023, pois entre todas as atletas brasileiras que foram, era a única que era mãe. 


Aos 21 anos, havia subido ao profissional e estava no início de uma carreira promissora, quando descobriu que estava grávida. Segundo a atleta, foi um período difícil ao descobrir a gravidez, e que chegou a pensar que sua carreira havia acabado. Ela ficou fora dos gramados por quatro anos, já que era muito difícil conciliar a carreira de jogadora com a maternidade. 


A diferença entre a realidade de números de quem tem filhos entre as seleções, feminina e masculina, dispensa comentários. Enquanto de 23 atletas apenas uma tinha filhos, na masculina, apenas seis não tinham. A própria diferença também pode ser observada no caso de Tamires, pois César, pai do filho, que também era jogador, não precisou se abdicar da carreira. 


Hoje, Tamires é uma das maiores jogadoras do Brasil, e consegue conciliar bem as duas coisas. Apesar de seu filho ainda sentir suas viagens em decorrência do trabalho, para ela, é algo que vale a pena pelos dois. 


Ana (esquerda), Cris (direita) e Bento (foto: arquivo pessoal)

Outro caso é da atleta Cris, que utilizou da pandemia de 2020, para que fosse possível realizar o processo de coleta de óvulos, já que é necessário hormônios que podem alterar o exame antidoping. Foi necessário contatar médico da Seleção e do Comitê Olímpico Brasileiro e ginecologista, para ser possível. 


Ela é mãe junto com a advogada Ana Paula Garcia, e no caso, quem gerou foi Ana, pois Cris não podia parar de jogar, já que com uma idade maior entre as novas revelações, fica a preocupação de qual clube a aceitaria, assim contaria com um retorno ao futebol muito difícil e complicado. 


A grande jogadora Marta, sempre teve o sonho de ser mãe, mas por salários mais baixos que dos jogadoras que conseguem levar suas famílias para onde estiverem jogando e pelo fato do rendimento de mulheres mais velhas no futebol ser mais complicado, ela sempre adiou, pois se considerava casada com o futebol. Mas, em recente entrevista, janeira de 2024, ela falou que, aos 37 anos, pretende, antes de finalizar sua carreira, enfrentar a maternidade.


Ao passar do tempo, essa questão vai melhorando, na última Copa, em 2023, pela primeira vez, a FIFA permitiu que os filhos das atletas as acompanhassem. Alex Morgan, dos Estados Unidos, inclusive disse que esse apoio era fundamental, para um alto desempenho depois de se ter um filho e para que não haja a necessidade de escolher entre carreira e maternidade. 


Além disso, em 2021, a FIFA criou regras trabalhistas para gestantes, como licença maternidade remunerada de no mínimo 14 semanas, e multas e sanções esportivas aos clubes em caso de demissão de jogadoras grávidas sem justa causa. 


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