Em meio a guerra, Palestina fará estreia nas eliminatórias da Copa do Mundo
- Mônica Figueiredo
- 10 de nov. de 2023
- 2 min de leitura
Na próxima quinta-feira (16), a Palestina começa a trilhar seu caminho em busca da vaga para a Copa do Mundo de 2026. Os guerreiros vão enfrentar o Líbano, no Khalid Bin Mohammed Stadium, nos Emirados Árabes Unidos, em um jogo que promete dar um novo sinônimo a palavra sobrevivência.
A guerra histórica entre Palestina e Israel vem ganhando capítulos cada vem mais sangrentos. De acordo com o jornal Al Jazeera, mais de 10 mil pessoas foram mortas no país durante os bombardeios dos últimos meses. E se não fosse pelo futebol, talvez os 20 atletas que defenderão as cores da Palestina na Data Fifa da próxima semana, poderiam estar entre as vítimas.
Mahmoud Wadi, atacante que atua na Liga Egípcia e na Seleção Palestina, disse que é grato pelo esporte ter possibilitado sua saída do país. Wadi conseguiu liberação para jogar na Cisjordânia em 2016. E lembra que amigos que jogavam com ele em Gaza, estão mortos.
O atacante compartilha nas redes sociais sua apreensão com os familiares, que ainda permanecem em Gaza, e sua tristeza com o massacre de civis inocentes que está ocorrendo no país.
A Palestina que obviamente não pode jogar em casa, mandará seus jogos no Kuwait. Pois a Argélia, que havia se oferecido para sediar os jogos da Palestina, foi impedida pela Fifa, já que não é permitido mandar jogos das eliminatórias de um continente em outro. A preparação da seleção palestina para a estreia está acontecendo na Jordânia.

Como funciona o futebol na Palestina?
Como a Palestina é um território dividido em dois, o país não possui uma liga nacional, e sim duas ligas, a de Gaza e o da Cisjordânia.
Isso porque o controle militar israelense impede viagens entre um centro urbano e outro. O que afeta diretamente o futebol.
O técnico da seleção palestina, Makram Daboub, só pode convocar jogadores que atuam na Cisjordânia ou em outros países, pois não consegue ir a Gaza para acompanhar o Campeonato local.
E mesmo os atletas da Cisjordânia convivem com restrições para deixar o local, sendo impedidos de viajar para suas próprias partidas.
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