Dia do Futebol: Tostão, o craque com palavras

O mineiro Eduardo Gonçalves de Andrade, mais conhecido como Tostão, nasceu em 25 de janeiro de 1947 na capital Belo Horizonte. Ex-jogador de futebol, Tostão teve carreira curta - 1962 a 1973 - mas com grande destaque no esporte mais popular do Brasil e do mundo. Ídolo e maior artilheiro da história do Cruzeiro, o atacante jogou duas Copas do Mundo pela seleção brasileira. Foi campeão na segunda delas, aos 23 anos de idade, em 1970, no México.

Um descolamento de retina no ano de 1969, fez com que o craque deixasse o esporte por recomendação médica quatro anos depois, em 1973. A recomendação veio de um profissional de uma área na qual pouco tempo depois ele ingressaria: Tostão estudou medicina e por anos trabalhou como médico e como professor. Desde 1996, o craque também é colunista esportivo.

Depois de quase 20 anos longe de uma ligação mais direta com futebol - da sua aposentadoria, em 1974, ao convite da TV Bandeirantes para participar da cobertura da Copa dos EUA, em 1994 - Tostão havia acrescentado à genialidade e vasto conhecimento que tinha dentro das quatro linhas, a sapiência vinda de diversas outras áreas do conhecimento. No caminho entre os dribles, passes precisos e gols marcados nos gramados até chegar às análises profundas nas colunas de alguns dos principais jornais do país, ele estudou medicina psicossomática, psicanálise e filosofia. Provavelmente essa diversidade no campo intelectual faz com que a sua análise sobre o jogo e o que o cerca seja tão única.

Em 1997, Tostão deixou de vez a atuação como médico e professor da Faculdade de Ciências Médicas, para se dedicar novamente ao futebol. Desta vez como analista, comentarista e colunista em canais de TV, jornais e revistas. Apesar das mais de duas décadas atuando na imprensa, no livro “Tempos Vividos, Sonhados e Perdidos: um olhar sobre o futebol”, Tostão aponta que se sente como um convidado na crônica esportiva. O craque ressalta que busca separar a carreira anterior da função que desempenha na imprensa. “Não sou um ex-atleta que escreve sobre futebol. Sou um colunista que foi atleta”, escreveu.

escrito por Anna Virginia