Dia do Futebol: Leandro, a camisa 2 será sempre tua
- Bruna Rodrigues
- 2 de jul. de 2024
- 3 min de leitura
É certo afirmar que boa parte dos problemas da maioria dos times de futebol hoje residem na defesa. É o caso do Flamengo, que não parece ter encaixado os laterais contratados ao longo dos últimos anos. Ironia ser essa a situação do time no qual jogou José Leandro de Souza Ferreira, o Leandro, considerado o maior lateral-direito a vestir o manto sagrado. Natural de Cabo Frio e upam dos mais importantes componentes daquela geração dos anos 80 do rubro-negro, Leandro fez história com a camisa 2 e imortalizou o número, e é admirado mesmo por aqueles que não o viram jogar, mas que conhecem a história que o ex-jogador construiu com o Mais Querido.

A história de Leandro e do Flamengo se confundem porque foi na Gávea em que o craque construiu e viveu toda a sua carreira. O lateral começou ainda nas categorias de base, em 1976, e três anos depois passou a integrar a equipe profissional do time carioca, ocasião em que o Flamengo levou o Campeonato Carioca, mas um ano antes ele já havia começado a participar de alguns jogos do time principal.
Porém, foi na década de 80 que o ex-jogador se consolidou como um dos maiores ídolos do Mengão e peça importante nas grandes conquistas do clube naqueles anos. Junto com grandes nomes da época como Zico, Raul, Adílio, Nunes, Júnior, Mozer e Andrade, conquistou o Campeonato Brasileiro em 1980. E em 1981, tornou-se titular absoluto, colaborando com as conquistas do Campeonato Carioca, da Copa Libertadores e do maior campeonato da história do Flamengo, o Mundial.
E as conquistas não pararam por aí. Leandro ajudou o Mais Querido a levar um tricampeonato brasileiro, em 1982, 1983 e 1987 e mais um Campeonato Carioca, em 86. Mas ele também gostava de enfrentar os rivais locais; Fluminense, Vasco e Botafogo – exatamente nessa ordem, além dos outros times que compõem o campeonato estadual do Rio de Janeiro. E jogando “em casa”, o ídolo conquistou oito Taças Guanabara e quatro Taças Rio.
O lateral também teve uma passagem memorável pela Seleção Brasileira, pela qual jogou entre anos de 1981 e 1986 – parte do período de “seca” da Canarinho, porém, a falta de conquistas expressivas não impediu que o elenco daquela época fosse considerado um dos melhores, e isso incluiu Leandro. O ex-jogador participou da Copa do Mundo de 82, na Espanha, no time de ouro de Telê Santana, e foi eleito pela imprensa na época o melhor lateral-direito da Copa. Vestindo a Amarelinha, o cabo-friense participou, no total, de 29 partidas, marcando dois gols.
Infelizmente, a carreira de Leandro terminou nos anos 90 devido a problemas físicos, principalmente no joelho. O eterno camisa 2 da Gávea participou de 417 jogos com a camisa rubro-negra e marcou um total de 14 gols, consolidando-se como o maior lateral-direito que já passou pela Gávea. Um de seus feitos mais lembrados foi um gol marcado no FlaFlu do Carioca de 85, lembrança que marca não só à torcida, mas também o próprio ídolo. Na ocasião, Andrade fez a cobrança de falta e mandou a bola para a área, mas Washington, do rival, afastou a bola de volta para a entrada da área tricolor. O que o Flu não contava é que Leandro estaria ali, no momento certo e no lugar certo, pronto para receber a redonda e mandá-la para o fundo da rede em um chute forte e indefensável.
A partida foi um triangular disputado entre Fla, Flu e Bangu, e terminou em 1 a 1, levando o mais querido a disputar a partida seguinte com o alvirrubro carioca. O título naquele ano, porém, ficou com o time das Laranjeiras, mas a memória permanece como um dos melhores registros que Leandro pôde deixar na história do clube.
O craque que completou 65 anos de idade em 2024, dos quais dedicou 14 ao Fla e mesmo depois de pendurar as chuteiras ainda carrega os anos e o clube no coração. O sentimento é recíproco, mesmo para quem só o conheceu de ouvir falar ou pelos registros na TV e na internet. O que é unanimidade entre a torcida do Mais Querido é que a camisa 2 sempre pertencerá à Leandro.
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