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Dia do Futebol: a irreverência de Zenon

Alcançar a idolatria em um clube é para poucos. Ser considerado ídolo em quatro times diferentes é algo que Zenon pode se orgulhar. Autor de belíssimas cobranças de falta e maestria no meio-campo, o catarinense se destacou pela categoria em campo e se tornou um dos grandes nomes do futebol nacional.


Do Hercílio Luz ao Avaí

Zenon de Souza Farias nasceu em 31 de março de 1854 em Tubarão, interior de Santa Catarina. A sua carreira teve início no Hercílio Luz, buscando alçar novos voos, tentou a sorte em 1971, em Porto Alegre, porém, foi rejeitado pelo Grêmio. O resultado negativo não foi empecilho para o jovem que, atuando como ponta-direita, mudou de posição e foi no meio-campo que encontrou o seu lugar.


Em 1972, chegou ao Avaí e em 1973 já era titular e um dos principais nomes do título conquistado. Em 1975, voltou a conquistar o estadual e foi aí que chamou a atenção do Guarani. Em Campinas, Zenon ganhou projeção nacional e começou a marcar o seu nome na história.


O seu primeiro ano em Campinas teve uma reformulação e, aos poucos, o Bugre passou a se impor até que, em 1978, conquistou o tão sonhado título no Brasileirão - com uma campanha histórica, o Guarani foi líder do seu grupo, já na segunda fase da competição, mostrou a sua força e demonstrou ser um time imbatível. Na 3ª, não tomou conhecimento dos adversários, se classificando após ter vencido o Internacional por 3 a 0 em pleno Beira-Rio - inclusive com um gol antológico de Zenon. A campanha ainda teve triunfos diante do Sport e Vasco da Gama, tendo a campanha finalizada vencendo os dois confrontos diante do Palmeiras.


O diferencial em campo resultou na primeira convocação à Seleção Brasileira em 1979. Apesar disto, teve poucas oportunidades jogando apenas seis partidas.


Camisa 10 e ídolo da Democracia Corinthiana

Um dos sonhos de Vicente Matheus, presidente do Corinthians, era a contratação de Zenon. O sonho se concretizou em 1981 com uma atitude peculiar do mandatário do Timão: na época, o jogador defendia o Al-Ahli e Vicente foi buscar pessoalmente Zenon.


A camisa 10 não foi importante apenas dentro das quatro linhas. Fora delas, Zenon foi uma peça fundamental no movimento Democracia Corinthiana. Criada por Zenon, Casagrande, Sócrates e Wladimir, o movimento tinha como objetivo democratizar as decisões internas do clube, onde a opinião do presidente tinha a mesma validação de opiniões emitidas pelos demais funcionários. Um passo importante onde, pela primeira vez, o futebol demonstrava a sua influência na politica, já que em 1982, o país passava pela Ditadura Militar.


"Foi um momento ímpar dentro do futebol. Um clube de futebol tomou partido de política, deixando as quatro linhas e indo para fora, para brigar por uma redemocratização do país. Foi um negócio fantástico. Até hoje é cantado em prosas e versos. Vira e mexe, eu tenho que ir em uma universidade para esclarecer como era a democracia, qual era o intuito da democracia. Eu me sinto privilegiado de poder ter participado daquele momento no Corinthians”, completou.


Em campo, Zenon conquistou o Paulistão em 1982 e, em 1983, a sua genialidade foi novamente destaque: com um passe de calcanhar, Sócrates balançou as redes e o empate em 1 a 1 deu ao Timão o título do bicampeonato na competição.


Com a camisa do Corinthians, Zenon disputou 304 partidas e balançou 60 gols - conquistando oito títulos sendo: Paulista (82 e 83); Taça Cidade de Porto Alegre (83); Copa da Feira de Hidalgo (81); Taça Governador do Estado (84); Copa dos Campeões (84); Torneio Internacional de Verão (85) e a Copa das Nações (85). Após o fim de seu ciclo no time paulista, o novo destino do jogador foi o Atlético Mineiro.


Do Galo à Portuguesa

Além de ser o camisa 10 do Atlético Mineiro em 86, o jogador também carregou a braçadeira de capitão, onde conquistou o Mineiro do mesmo ano.


Em 1988, o jogador defendeu a Portuguesa e retornou ao Guarani do mesmo ano, onde permaneceu até até 1990. Zenon ainda teve passagens por Grêmio Maringá e pelo São Bento de Sorocaba, onde se aposentou em 92.

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