Copa do Mundo: festa uruguaia em pleno Maracanã em 1950

Após 12 anos sem a realização da Copa do Mundo devido a 2ª Guerra Mundial, a competição voltou a ser disputada em 1950, desta vez em solo brasileiro. O Brasil foi escolhido devido ao fato de que a Europa estava em reconstrução - além disso, os países europeus não tinham os recursos necessários para sediar o torneio, com isso, a Fifa desistiu. Com a decisão, o governo brasileiro precisou investir na construção do estádio do Maracanã, que na época era considerado o maior do mundo.

A quarta edição teve novidades entre as seleções participantes: Inglaterra estreou oficialmente. Além dos ingleses, Brasil, Iugoslávia. Suíça, México, Espanha, Inglaterra, Chile, Estados Unidos, Suécia, Itália, Paraguai, Uruguai, Bolívia. Enquanto Índia, Turquia e Escócia desistiram.

Os jogos da fase de grupos foram realizados em seis estádios: Maracanã (Rio de Janeiro); Pacaembu (São Paulo); Independência (Belo Horizonte); Ilha do Retiro (Recife); Eucaliptos (Rio Grande do Sul) e Vila Capanema (Curitiba). Diferente da fórmula atual, na edição de 1950 houve o quadrangular após a disputa da fase inicial - onde os quatro primeiros de cada grupo formaram um novo grupo, onde se enfrentaram em uma decisão por pontos corridos.

Na primeira rodada do quadrangular, o Brasil goleou a Suécia por 7 a 1; enquanto Espanha e Uruguai ficaram no empate por 2 a 2. Na segunda rodada mais uma goleada brasileira, desta vez por 6 a 1 diante dos espanhóis. Já o Uruguai venceu os suecos por 3 a 2. A Espanha se despediu da competição com mais um resultado negativo, uma derrota por 3 a 1 para a Suécia.

Com os resultados, Brasil liderava o grupo com quatro pontos, enquanto os uruguaios estavam com três pontos. Para conquistar a tão sonhada taça, a Seleção Brasileira jogava pelo empate. Do outro lado, os uruguaios precisariam de um milagre, pois além de vencer o Brasil, ainda precisariam enfrentar um Maracanã lotado.

16 de julho de 1950, aproximadamente 199.850 torcedores foram ao Maracanã e presenciaram um dos episódios mais tristes envolvendo o futebol. Em campo, Friança abriu o placar a favor do Brasil. O gol que foi marcado aos 2 minutos do 2º tempo, fez vibrar as arquibancadas do Maraca. Se as vésperas da partida, o favoritismo já embalava os torcedores, a confirmação de um possível título animava os brasileiros.

O resultado negativo não abalou o Uruguai que se aproveitou das falhas brasileiras e chegou ao gol de empate com Schiaffino aos 21 minutos. Nas arquibancadas, a apreensão e o nervosismo se transformaram em frustração quando Ghigga marcou o gol da virada e do título do Uruguai.