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Champions League: tragédia e glória, Juventus é campeã em 1985

A 30ª edição da Taça dos Clubes Campeões Europeus, realizada entre 26 de agosto de 1984 e 26 de maio de 1985, teve a participação de 32 clubes, 61 partidas e 186 gols marcados. No entanto, o que deveria ser lembrado apenas como a conquista inédita da Juventus se tornou uma das noites mais sombrias da história do futebol europeu.


O caminho até a final

Sob o comando de Giovanni Trapattoni, a Juventus começou sua campanha com autoridade, enfrentando o modesto Ilves Tampere, da Finlândia. Fora de casa, um sonoro 4 a 0, com hat-trick de Paolo Rossi e um gol de Michel Platini, praticamente selou a classificação. No jogo de volta, em Turim, a Juve venceu por 2 a 1, com mais dois gols de Platini, consolidando sua condição de favorita.


Na segunda fase, os italianos encararam o Grasshoppers, da Suíça. O jogo em Turim terminou 2 a 0 com gols de Vignola e Rossi. Em Zurique, os suíços até balançaram as redes duas vezes, mas a Juventus foi implacável: 4 a 2, com gols de Platini (2), Briaschi e Vignola.

Nas quartas de final, o desafio foi o Sparta Praga, um dos principais clubes da Tchecoslováquia. A Juventus venceu com autoridade em casa por 3 a 0, com gols de Tardelli, Rossi e Briaschi. Apesar da derrota por 1 a 0 na volta, a vaga estava garantida.


A semifinal foi contra o forte Bordeaux, de Aimé Jacquet, que contava com nomes como Tigana e Giresse. Em Turim, a Juventus venceu por 3 a 0 com gols de Boniek, Briaschi e Platini. Na França, sofreu, mas segurou a vaga mesmo com a derrota por 2 a 0.


Com a classificação, a Juventus chegava à final pela terceira vez (já havia perdido em 1973 para o Ajax e em 1983 para o Hamburgo), em busca do título inédito. O adversário seria o tricampeão Liverpool, que vivia sua era dourada no continente.


Heysel: a final manchada por tragédia

A grande decisão foi disputada no Estádio Heysel, em Bruxelas, no dia 26 de maio de 1985. Quase 60 mil torcedores estavam presentes. Porém, poucas horas antes do apito inicial, cenas de horror tomaram conta das arquibancadas: torcedores do Liverpool invadiram um setor ocupado por torcedores italianos, e em meio ao tumulto, uma mureta desabou, matando 39 pessoas — a maioria torcedores da Juventus — e deixando mais de 600 feridos.

Apesar do caos, as autoridades belgas e a UEFA decidiram manter a partida, na tentativa de evitar mais violência. O jogo começou com quase uma hora de atraso, em um clima sombrio, com os jogadores visivelmente abalados.


O jogo em campo

Apesar das circunstâncias, o jogo foi disputado com certo equilíbrio. A Juventus criou chances com Antonio Cabrini, enquanto o Liverpool respondeu com Steve Nicol e John Wark. No segundo tempo, o Liverpool perdeu Paul Walsh por lesão, e a Juventus intensificou sua pressão.


O momento decisivo veio aos 58 minutos. Após uma jogada em velocidade, Boniek foi derrubado por Gillespie próximo à área. Embora houvesse dúvidas se a infração ocorreu fora da grande área, o árbitro suíço André Daina marcou pênalti. Com a frieza de um craque, Platini converteu a cobrança e marcou o gol do título.


A mancha eterna de Heysel

A Juventus venceu o jogo por 1 a 0 e conquistou sua primeira Taça dos Campeões, tornando-se o primeiro clube europeu a vencer as três principais competições da UEFA: Copa da UEFA, Recopa Europeia e Taça dos Campeões.


Porém, a tragédia de Heysel ofuscou totalmente a conquista. A UEFA baniu os clubes ingleses das competições europeias por cinco anos (o Liverpool ficou suspenso por seis), e o estádio Heysel foi condenado e fechado por anos.


Aquela noite, marcada para ser a mais gloriosa da história da Juventus, virou uma ferida no futebol europeu. Jogadores como Platini se recusaram a comemorar, e o próprio troféu foi levantado com semblante sério e clima fúnebre.

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