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Champions League: o tri merengue e a tragédia que transformou o futebol mundial em 1958

A Taça dos Campeões de 1958 ficou marcada pelo tricampeonato do Real Madrid, mas também por um dos episódios mais tristes da história do futebol: o desastre de Munique. Essa tragédia encerrou o sonho da geração dos "Busby Babes", jovens talentos do Manchester United, e mostrou que o futebol, apesar de suas rivalidades, carrega um espírito de solidariedade e recomeço.


O início da competição

A terceira edição da Taça dos Campeões começou em 4 de setembro de 1957, com a participação de 24 clubes. Logo na primeira fase, uma situação inusitada marcou a classificação do Wismut Karl Marx Stadt, da Alemanha Oriental. Após um empate em 1 a 1 no play-off contra o Gwardia Warszawa, da Polônia, e a interrupção da partida por falta de luz, o vencedor foi decidido por "cara ou coroa".


O Real Madrid estreou apenas na segunda fase, enfrentando o Royal Antwerp, da Bélgica. Venceu por 2 a 1 no jogo de ida e aplicou uma goleada de 6 a 0 na volta.


Um clássico espanhol e um massacre

Nas quartas de final, o primeiro clássico entre clubes do mesmo país na história da competição foi protagonizado por Real Madrid e Sevilla. No Santiago Bernabéu, os merengues atropelaram o adversário com uma vitória histórica de 8 a 0. Alfredo Di Stéfano marcou quatro gols, Kopa fez dois, e Marsal e Gento completaram o placar. Na partida de volta, o Sevilla começou melhor, vencendo por 2 a 0, mas o Real conseguiu o empate por 2 a 2, avançando para as semifinais.


O desastre de Munique

No dia 6 de fevereiro de 1958, após se classificar às semifinais contra o Estrela Vermelha, o Manchester United sofreu uma tragédia. O voo 609 da British European Airways, que transportava a delegação do clube, caiu em Munique devido ao mau tempo, matando 23 pessoas, incluindo jogadores, comissão técnica e jornalistas. Entre os jogadores falecidos estavam Roger Byrne, Duncan Edwards, Eddie Colman, e outros nomes promissores. O técnico Matt Busby sobreviveu, mas o sonho daquela geração parecia ter chegado ao fim.


Recuperação e eliminação

Mesmo abalado, o Manchester United disputou as semifinais contra o Milan. Ganhou o primeiro jogo por 2 a 1, mas foi eliminado após uma derrota de 4 a 0 no jogo de volta. O Real Madrid, por sua vez, superou o Vasas SC, da Hungria, vencendo o jogo de ida por 4 a 0 e garantindo a classificação, apesar da derrota por 2 a 0 na volta.


A final emocionante

A final, realizada em 28 de maio de 1958 no Estádio Heysel, na Bélgica, foi um duelo dramático entre Real Madrid e Milan. Schiaffino abriu o placar para o Milan, mas Di Stéfano empatou aos 74 minutos. Grillo colocou os italianos novamente em vantagem aos 78, mas Rial igualou o marcador, levando o jogo para a prorrogação. Na etapa extra, Gento marcou o gol decisivo, garantindo a vitória por 3 a 2 e o tricampeonato para o Real Madrid.


Solidariedade além das rivalidades

Após a conquista, o Real Madrid, liderado por seu presidente Santiago Bernabéu, ofereceu apoio ao Manchester United. Disponibilizou instalações, funcionários e até seus jogadores, como Alfredo Di Stéfano, para ajudar na reconstrução do clube. Embora a Federação Inglesa tenha impedido a participação de atletas, Bernabéu conseguiu organizar amistosos para arrecadar fundos.


Dez anos depois, em 1968, o Manchester United conquistou sua primeira Taça dos Campeões, eliminando o Real Madrid nas semifinais. Naquele ano, Bobby Charlton, sobrevivente do desastre de Munique, ergueu o troféu, simbolizando a resiliência e o poder do futebol em superar adversidades.


escrito por Giselly Horta

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