top of page

Champions League: o renascimento do Ajax em 1995

Os anos 1970 foram mágicos para o Ajax. Com um futebol revolucionário, o clube de Amsterdã dominou a Europa, vencendo três Copas dos Campeões consecutivas, 1971, 1972 e 1973, sob a batuta de nomes como Johan Cruyff, Neeskens e Rinus Michels. A base daquela equipe ainda formaria o esqueleto da seleção holandesa que encantou o mundo na Copa de 1974 com o “Carrossel Holandês”.


Mas como acontece com muitos impérios, a queda veio. Os anos 1980 foram de declínio. O Ajax perdeu protagonismo internacional, viu gerações promissoras escaparem e ainda passou por um momento sombrio: foi banido das competições europeias por um ano, após um incidente violento em que o goleiro do Austria Wien foi ferido por uma barra de ferro arremessada por torcedores.


A virada começou nos anos 1990 com a chegada de Louis van Gaal. O treinador, ainda em início de carreira, iniciou um processo de reconstrução baseado na valorização das categorias de base e em um futebol ofensivo, disciplinado e técnico.


Em 1992, o Ajax venceu a Copa da UEFA de forma invicta, mostrando que ainda tinha seu DNA europeu. Mas em 1993, o clube perdeu um de seus grandes talentos: Dennis Bergkamp partiu para a Inter de Milão. Em contrapartida, surgiu uma nova geração brilhante: Patrick Kluivert, Clarence Seedorf, Edgar Davids, Marc Overmars e o retorno do veterano Frank Rijkaard.


A equipe conquistou o Campeonato Holandês e garantiu sua vaga na Champions League 1994–95. O Ajax estava de volta e com estilo.


Sorteado no grupo D, o Ajax caiu em uma chave com AEK Atenas, Salzburg e o poderoso Milan — campeão europeu em 1994 e finalista nas duas temporadas anteriores. Logo na estreia, um aviso ao mundo: vitória por 2 a 0 sobre o Milan. Na volta, repetiram o feito. Contra o AEK, venceram por 2 a 1 na Grécia e 2 a 0 em casa. Os duelos contra o Salzburg terminaram em dois empates. Ao final da fase de grupos, o Ajax terminou invicto e na liderança.


Nas quartas de final, enfrentaram o Hajduk Split. O empate sem gols no primeiro jogo deu lugar a um 3 a 0 convincente em Amsterdã.


Na semifinal, o desafio era gigantesco: o Bayern München. Após outro empate em 0 a 0 na ida, o Ajax aplicou uma aula de futebol no jogo da volta: vitória por 5 a 2, com show coletivo e grande atuação ofensiva.


O Ernst-Happel Stadion, na Áustria, foi o palco da grande final. De um lado, o jovem e invicto Ajax. Do outro, o experiente e estrelado Milan de Fabio Capello, que buscava o bicampeonato consecutivo e disputava sua terceira final seguida.


O jogo foi equilibrado, tenso e muito estudado. Com o placar travado até os minutos finais, Van Gaal lançou a aposta: Patrick Kluivert, com apenas 18 anos. E o garoto correspondeu. Aos 85 minutos, após jogada coletiva precisa, Kluivert invadiu a área e tocou na saída de Rossi. Era o 1 a 0 que entraria para a história.


Com aquele gol, Kluivert se tornou o jogador mais jovem a marcar em uma final de Champions League: 18 anos e 327 dias. O Ajax voltava a ser campeão da Europa após 22 anos de jejum, coroando uma geração promissora que unia juventude, talento e coragem.


O legado de Van Gaal e uma geração inesquecível

A conquista de 1995 não foi apenas um título. Foi o símbolo da reconstrução de um gigante, feito com paciência, trabalho de base e uma filosofia de jogo clara. Van Gaal mostrou que era possível vencer com uma equipe jovem, corajosa e tecnicamente refinada.


O Ajax daquele ano seria lembrado como um dos melhores times da história da Champions, não apenas por sua conquista, mas pelo modo como ela aconteceu: invicto, com futebol ofensivo, superando favoritos e consagrando jovens que mais tarde brilharam em toda a Europa.

Comments


Futebol por Elas

  • Instagram
  • Facebook
  • X
  • LinkedIn
  • YouTube

©2024 por Futebol por Elas. Orgulhosamente criado com Wix.com

bottom of page