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Champions League: Liverpool congela Roma em 1984

A edição de 1983-84 da Taça dos Clubes Campeões Europeus contou com 32 clubes, 59 jogos disputados e 165 gols marcados. Mas nenhuma estatística consegue traduzir o drama e a emoção da final no Estádio Olímpico de Roma, onde o Liverpool silenciou mais de 69 mil torcedores italianos ao vencer a Roma nos pênaltis e conquistar a quarta taça europeia de sua história.


Caminho até a glória

Sob o comando de Joe Fagan, que havia assumido após a aposentadoria do lendário Bob Paisley, o Liverpool iniciava uma nova era. E o começo foi promissor: na estreia, encarou o modesto Odense BK, da Dinamarca. A primeira vitória, por 1 a 0 com gol de Kenny Dalglish, foi seguida de um atropelo em Anfield: 5 a 0, com dois gols de Dalglish, dois de Robinson e um gol contra de Clausen.


Nas oitavas de final, o desafio era maior: o tradicional Athletic Bilbao, campeão espanhol em 1983-84. Em um jogo truncado em Anfield, os Reds não saíram do 0 a 0. Mas no San Mamés, templo hostil para visitantes, brilhou a estrela de Ian Rush, que marcou o gol da vitória por 1 a 0.


Nas quartas de final, o Liverpool enfrentou o Benfica, uma potência europeia bicampeã continental. Mesmo no Estádio da Luz, os ingleses dominaram: 4 a 1, com gols de Whelan, Johnston e Rush. No jogo da volta, Rush marcou de novo, e os Reds venceram por 1 a 0.


A semifinal foi contra o Dínamo Bucareste, campeão romeno e sensação do Leste Europeu. Em Bucareste, o Liverpool venceu por 2 a 1 com dois de Rush. No jogo de volta, um gol de Mark Lawrenson (e não Lee, como por vezes é confundido) selou a vaga para mais uma final europeia.


Roma x Liverpool: final com roteiro de cinema

No dia 30 de maio de 1984, a cidade de Roma parou. O Estádio Olímpico estava tomado por torcedores da AS Roma, que sonhavam com a primeira conquista europeia da história do clube, jogando em casa. Era também a primeira vez que uma final da Taça dos Campeões ocorria no estádio de um dos finalistas.


Mas o Liverpool, já tricampeão europeu e com jogadores calejados como Phil Neal, Graeme Souness, Alan Kennedy e o jovem artilheiro Ian Rush, não se intimidou.


Logo aos 7 minutos, Phil Neal abriu o placar para os Reds, aproveitando rebote na área. A Roma respondeu ainda no primeiro tempo com um lindo gol de cabeça de Roberto Pruzzo, empatando a partida.


O placar permaneceu em 1 a 1 até o fim da prorrogação. A tensão foi levada às cobranças de pênaltis, e o drama aumentou. Nicol errou a primeira cobrança do Liverpool, e Di Bartolomei colocou os italianos na frente. Mas a pressão diante da própria torcida pesou: Bruno Conti e Francesco Graziani isolaram suas cobranças, enquanto os ingleses converteram com Neal, Souness, Rush e Kennedy, que bateu com frieza para decretar a conquista.


Uma conquista histórica

Com o título, o Liverpool se tornou tetracampeão europeu, igualando-se ao Ajax e ultrapassando o Manchester United em conquistas continentais. Joe Fagan, em sua primeira temporada como técnico principal, também entrou para a história como o primeiro treinador inglês a conquistar um “treble”: Liga Inglesa, Copa da Liga e Taça dos Campeões no mesmo ano.


A final de Roma ficou marcada não só pela vitória do Liverpool, mas como um dos momentos mais dramáticos e simbólicos da história da competição: o favorito jogando em casa, o peso da expectativa, e a frieza de um time que sabia exatamente como conquistar a Europa.

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