Champions League: Estrela Vermelha quebra barreiras em 1991
- Andressa Souza
- 15 de jan.
- 2 min de leitura
Em uma época em que os clubes do Leste Europeu viviam à margem da elite do futebol continental, a Estrela Vermelha de Belgrado ousou sonhar e fez história. O título da Taça dos Campeões Europeus de 1990–1991 não foi apenas uma conquista esportiva: foi a coroação de um time que desafiou o cenário geopolítico, superou gigantes e mostrou ao mundo que talento e coragem podiam vir de qualquer canto do continente.
A campanha começou com um empate em casa contra o Grasshopper, da Suíça, por 1 a 1. Na volta, a Estrela brilhou com uma goleada por 4 a 1, com dois gols de Robert Prosinečki, e avançou para as oitavas.
Na fase seguinte, os iugoslavos atropelaram o Rangers, da Escócia, vencendo por 3 a 0 no primeiro jogo (com direito a gol contra de Brown) e empatando por 1 a 1 no segundo. A vaga nas quartas estava garantida, e o sonho começava a parecer possível.
Nas quartas de final, a Estrela Vermelha encarou o Dynamo Dresden, da Alemanha. A primeira partida terminou com uma vitória incontestável por 3 a 0. O jogo de volta, disputado em solo alemão, teve um final dramático e confuso: vencendo por 2 a 1, a equipe viu o jogo ser encerrado antes do fim após um tumulto provocado pela torcida local. A UEFA puniu o Dynamo com derrota por 3 a 0, selando a classificação iugoslava para as semifinais.
Enquanto isso, do outro lado da chave, o poderoso Milan foi eliminado de forma inusitada pelo Olympique de Marseille. Após problemas com os refletores do estádio no jogo de volta, os italianos se recusaram a retornar ao campo e perderam por WO. O caminho até a final ficava cada vez mais aberto.
O adversário da Estrela na semifinal era o tradicional Bayern München. No primeiro jogo, fora de casa, os iugoslavos surpreenderam com uma vitória por 2 a 1. Em Belgrado, diante de 80 mil torcedores, o Bayern até ameaçou reagir — mas, incrivelmente, os três gols da partida foram contra o próprio time alemão. O placar final de 2 a 2 colocou a Estrela Vermelha na final com autoridade e um toque de destino.
No dia 29 de maio de 1991, no estádio San Nicola, em Bari, Itália, a Estrela Vermelha enfrentou o Marseille na grande decisão. Foi um jogo truncado, sem gols no tempo regulamentar nem na prorrogação. A decisão foi para os pênaltis, e aí brilhou o goleiro Stevan Stojanović, que defendeu a primeira cobrança francesa. Seus companheiros converteram todas as penalidades, fechando a disputa em 5 a 3.
A Estrela Vermelha era campeã invicta da Europa, a primeira e única vez que um clube da antiga Iugoslávia levantava a taça mais cobiçada do continente. Um feito inesquecível que ecoa até hoje como um dos momentos mais surpreendentes e emocionantes da história da competição.
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