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Champions League: era Cruyff começa com glória no Barcelona em 1992

A 37ª edição da Taça dos Campeões Europeus, realizada na temporada 1991–1992, foi marcante por diversos motivos: foi a última com o nome tradicional antes de se tornar a Champions League da UEFA, marcou o retorno dos clubes ingleses após cinco anos suspensos devido à tragédia de Heysel (1985), e acima de tudo, coroou o Barcelona com sua primeira conquista europeia: um título que selou a revolução iniciada por Johan Cruyff e deu início à era do "Dream Team" catalão.


Após anos de frustrações continentais, o Barça iniciou a temporada com grandes expectativas. Johan Cruyff, ídolo do clube como jogador e visionário à beira do campo, conduzia um time repleto de talento e ousadia, com nomes como Michael Laudrup, Hristo Stoichkov, Ronald Koeman, Bakero, Txiki Begiristain e Guardiola, um jovem meio-campista que começava a se destacar.


Na primeira fase, o adversário foi o modesto Hansa Rostock, da Alemanha Oriental. Jogando no Camp Nou, o Barça não teve dificuldades e venceu por 3 a 0, com dois gols de Laudrup e um de Goikoetxea. A derrota por 1 a 0 na Alemanha não comprometeu a classificação.


Na segunda fase, o desafio foi contra o Kaiserslautern, da recém unificada Alemanha. No jogo de ida, vitória tranquila por 2 a 0 com dois gols de Begiristain. Mas na volta, o drama: o Barça perdia por 3 a 0 até os acréscimos, resultado que os eliminaria. Foi então que Bakero, com um cabeceio improvável nos segundos finais, marcou o gol salvador da classificação, um dos momentos mais emocionantes da campanha.


Já entre os oito melhores da Europa, a competição estreava um novo formato: dois grupos de quatro, em que apenas o líder de cada grupo avançava à final. O Barça caiu no Grupo B, ao lado de Benfica, Sparta Praga e Dínamo de Kiev.


A campanha começou com uma vitória por 3 a 2 sobre o Sparta. No segundo jogo, empate sem gols contra o Benfica, seguido por duas vitórias convincentes contra o Dynamo Kiev (2 a 0 e 3 a 0). Apesar de uma derrota por 1 a 0 para o Sparta, o Barcelona garantiu a classificação ao vencer o Benfica por 2 a 1 na última rodada, terminando o grupo na liderança.


No dia 20 de maio de 1992, diante de mais de 70 mil torcedores em Wembley, o Barcelona encarou a Sampdoria, de Vialli, Mancini e Lombardo, um time italiano técnico, ousado e que já havia surpreendido ao eliminar o Estrela Vermelha, campeão da edição anterior.


Foi um jogo tenso, marcado por equilíbrio, boas chances e atuações sólidas das defesas. O empate persistiu por 90 minutos, levando a final para a prorrogação. E foi então que Ronald Koeman, o zagueiro artilheiro, cobrou com maestria uma falta no segundo tempo extra, estufando as redes e entrando para sempre na história do clube. O apito final decretou: Barcelona campeão da Europa pela primeira vez.


A conquista de 1992 não foi apenas um troféu. Foi a validação de um estilo de jogo, de uma filosofia que mudaria o futebol europeu. A partir dali, o Barcelona se estabeleceria como um dos maiores clubes do mundo e o DNA deixado por Cruyff ainda ecoa na base e no profissional do clube até hoje.

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