Champions League: a redenção do Real Madrid em 1998
- Futebol por Elas
- 22 de jan.
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Para contar a história da 43ª edição da UEFA Champions League, é preciso entender o contexto do protagonista daquele ano: o Real Madrid. Aquele clube lendário que um dia fora guiado por Di Stéfano e marcado pela dinastia dos anos 50 e 60, vivia agora um longo jejum. A mística do "Esquadrão Imortal" havia virado memória distante.
Apesar de ter sido eleito pela France Football como o melhor clube europeu da década de 1980, o Real não vencia uma Champions League há 32 anos. O Barcelona ganhava destaque nacional, o Milan se aproximava de seus números continentais, e o peso histórico parecia sufocar a grandeza merengue. Era hora de retomar o trono.
Com a conquista de La Liga, o Real garantiu sua vaga na Champions de 1997–98, e com ela veio a pressão de resgatar o protagonismo europeu. O presidente Lorenzo Sanz traçou um plano ambicioso: reconquistar a Europa. Para isso, trouxe o técnico alemão Jupp Heynckes e apostou em um elenco promissor, formado por nomes como Seedorf, Suker, Mijatović, Roberto Carlos, Hierro e o jovem Raúl, com apenas 20 anos já vestindo a mítica camisa 7.
Diz-se que a era dos Galácticos começou com Florentino Pérez, mas o espírito que deu origem a ela nasceu ali, com a chegada de Roberto Carlos em 1996. Esse Real Madrid carregava a missão de restaurar sua mística: vencer era a única opção.
Pela primeira vez, a UEFA permitiu que vice-campeões das ligas mais fortes participassem do torneio. Com isso, países como a Alemanha tiveram até três representantes. Ao todo, 55 equipes participaram, com uma fase de grupos formada por seis grupos de quatro clubes. O Real Madrid caiu no Grupo D, ao lado de Rosenborg, Olympiacos e Porto. Com quatro vitórias, um empate e uma derrota, terminou em primeiro lugar com 13 pontos, garantindo a classificação para as quartas de final.
Real Madrid x Bayer Leverkusen: o primeiro jogo, na Alemanha, terminou empatado em 1 a 1, com gol salvador de Karembeu. No Bernabéu, a equipe mostrou sua força: 2 a 0 com gols de Karembeu e Morientes, e um pênalti convertido por Hierro selou o 3 a 0 final e a vaga nas semifinais.
Semifinais: Real Madrid x Borussia Dortmund. No primeiro jogo, Morientes abriu o placar e Karembeu ampliou. No jogo de volta, no Westfalenstadion, o empate sem gols garantiu o retorno do Real Madrid à final da Champions League, a primeira desde 1981.
Amsterdam Arena, 20 de maio de 1998. De um lado, o Real Madrid faminto por redenção. Do outro, a poderosa Juventus, de Zidane, Inzaghi e Del Piero, comandada por Marcello Lippi, e favorita ao título.
A Juventus começou pressionando, mas a partida começou a mudar após Heynckes colocar marcação dupla em Zidane, com Seedorf e Karembeu. O primeiro tempo terminou sem gols. Mas aos 66 minutos, Roberto Carlos arriscou um chute de fora da área. A bola desviou em um defensor, sobrou para Mijatović, que com categoria driblou o goleiro Peruzzi e marcou o único gol do jogo.
O apito final decretou: Real Madrid 1 x 0 Juventus. Após 32 anos de espera, os merengues conquistavam sua sétima Champions League — a lendária La Séptima. Mais do que um troféu, foi o símbolo do renascimento de uma dinastia. Era o começo de uma nova era para o clube mais vitorioso da história da competição.
escrito por Giselly Horta
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