Champions League: a profecia de Mourinho em 2010
- Futebol por Elas
- 3 de fev.
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Quando Zlatan Ibrahimovic deixou a Internazionale rumo ao Barcelona em 2009, José Mourinho, então técnico da equipe italiana, fez uma pergunta direta: “Por que a mudança?” Confiante, o sueco respondeu: “Vou ganhar a Champions League.” Com um sorriso, Mourinho rebateu: “Quem vai ganhar a Champions é a Inter.” E ele estava certo. Em 22 de maio de 2010, no Santiago Bernabéu, a Internazionale levantou sua terceira taça da Liga dos Campeões, coroando uma campanha épica e garantindo a Mourinho o prêmio de Melhor Técnico do Mundo pela FIFA.
Novo formato, novos desafios
A temporada 2009-2010 marcou uma mudança no formato da Champions League. O campeão da edição anterior, o Barcelona, garantiu vaga direta na fase de grupos, enquanto os demais times enfrentaram um processo longo e rigoroso de qualificação. Após três fases eliminatórias e playoffs, formaram-se os 32 participantes da fase principal, divididos em 8 grupos de 4 equipes, conforme seus coeficientes UEFA.
Sorteada no Grupo F, a Inter enfrentou adversários desafiadores: Barcelona, Rubin Kazan e Dynamo Kyiv. Com duas vitórias, três empates e uma derrota, a equipe italiana somou nove pontos, terminando em segundo lugar atrás do Barcelona, mas garantindo sua vaga nas oitavas.
Ali, enfrentou o forte Chelsea de Carlo Ancelotti. No San Siro, Milito abriu o placar cedo, mas Kalou empatou. Cambiasso, em belo chute da entrada da área, decretou a vitória por 2 a 1. Em Londres, Eto’o brilhou: em um contra-ataque mortal, o camaronês fez 1 a 0 e classificou a Inter.
Nas quartas de final, a Inter encontrou o CSKA Moscou e, com duas vitórias por 1 a 0 (gols de Milito e Sneijder), avançou com segurança à semifinal.
O reencontro com o Barcelona, agora nas semifinais, foi carregado de tensão e rivalidade. O Barça, favorito absoluto, vinha de uma goleada sobre o Arsenal, com show de Lionel Messi.
No primeiro jogo, em Milão, o Barcelona saiu na frente com Pedro Rodríguez. Mas a Inter reagiu com autoridade: Sneijder empatou, Maicon virou, e Milito, de cabeça, fechou o placar em 3 a 1.
No jogo de volta, no Camp Nou, o Barcelona pressionou desde o início, ainda mais após a expulsão de Thiago Motta. Mesmo com um a menos, a Inter se defendeu heroicamente. Piqué marcou aos 84 minutos e ainda teve um gol anulado dos catalães, mas a resistência italiana prevaleceu. Mourinho, vibrante à beira do gramado, havia derrotado Guardiola e calado o Camp Nou.
No dia 22 de maio, pela primeira vez em um sábado, o Estádio Santiago Bernabéu recebeu a grande decisão. A Inter encarou o Bayern München, comandado por Louis van Gaal e estrelado por Robben, Olic, Schweinsteiger e o jovem Thomas Müller.
Milito foi o protagonista absoluto da noite. Aos 35 minutos, após tabela com Sneijder, o atacante argentino abriu o placar com um belo toque sobre o goleiro. No segundo tempo, quando o Bayern tentava crescer no jogo, Júlio César brilhou com defesas espetaculares. Aos 70 minutos, Milito fez mágica: driblou dois marcadores e finalizou com classe para fazer 2 a 0, sacramentando a vitória e o título.
Depois de 45 anos, a Internazionale voltou ao topo da Europa, com uma campanha histórica e um comandante que se tornaria lenda: José Mourinho.
escrito por Giselly Horta
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