Champions League: a noite que o Milan tocou o céu em 2003
- Érica Karina
- 27 de jan.
- 2 min de leitura
Na mítica noite de 28 de maio de 2003, o palco era Old Trafford, mas a alma era toda italiana. Diante de um duelo épico entre Milan e Juventus, decidido nos pênaltis, o destino sorriu para os rossoneros. O Milan, com sua tradição, alma guerreira e talento inquestionável, ergueu pela sexta vez a taça mais sonhada da Europa: a Champions League.
A batalha foi travada centímetro por centímetro, em um jogo tenso, vibrante e marcado por momentos que desafiaram o tempo. O vigor incansável de Gennaro Gattuso, a consagração de Seedorf, tornando-se tricampeão europeu por três clubes diferentes, e o toque simbólico de mais um Maldini levantando a taça – esses foram os traços da epopeia que ficou marcada na memória dos torcedores.
No início dos anos 2000, o futebol italiano vivia seu auge. Milan e Juventus não eram apenas forças domésticas, eram gigantes mundiais. E em 2003, essas duas potências protagonizaram a segunda final 100% nacional da história da Champions League, repetindo o feito da final espanhola entre Real Madrid e Valencia, em 2000.
Naquele formato de Champions, a competição era mais longa e desgastante: duas fases de grupos antes do mata-mata. Milan e Juventus passaram bem pela primeira fase. Na segunda, o Milan avançou em primeiro em seu grupo, enquanto a Juve teve mais dificuldades, classificando-se em segundo, atrás do Manchester United.
Nas quartas, o Milan enfrentou o promissor Ajax de Wesley Sneijder. Já a Juventus, o poderoso Barcelona. Ambos avançaram com autoridade. A semifinal guardava duelos intensos: a Juve reencontrava o Real Madrid e o Milan, seu maior rival, a Inter.
A Juventus, com coragem e intensidade, virou um duelo eletrizante contra o Madrid e venceu no agregado por 4 a 3. O Milan, mesmo dividindo o estádio com a Inter, se classificou com um empate por 1 a 1 no jogo de volta, graças ao critério do gol fora de casa, um clássico que calou metade de Milão e acendeu a outra.
Na final, a Juventus sentia a ausência de Nedved, sua alma criativa. Já o Milan foi completo. O Old Trafford, normalmente casa do Manchester United, parecia uma arena romana, tomada pela tensão de dois exércitos que se respeitam e se temem.
Logo no início, Shevchenko marcou, mas o gol foi anulado. Buffon e Dida travaram um duelo à parte, brilhando sob as traves como guardiões invencíveis. O tempo passou, o cansaço chegou, e mesmo assim Gattuso seguia como se tivesse nascido para jogar finais. A prorrogação veio, o drama aumentava a cada passe, cada corte, cada arranque. A rede, no entanto, insistia em não balançar.
Na decisão por pênaltis, os nervos estavam à flor da pele. Buffon pegou dois, mas Dida foi monumental: defendeu três cobranças e selou o destino da taça. Final: Milan 3, Juventus 2.
E assim, com suor, alma, e a frieza necessária nos momentos decisivos, o Milan pintou a Europa de vermelho e preto mais uma vez. Seedorf entrou para a história como o primeiro (e até hoje único) jogador a vencer a Champions por três clubes diferentes. Maldini ergueu a taça como seu pai fizera décadas antes. E o Milan, gigante como sempre, reafirmou seu lugar no topo do futebol mundial.
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