Champions League: a magia de Ramos no San Siro em 2016
- Érica Karina
- 9 de fev.
- 4 min de leitura
No dia 28 de maio de 2016, no emblemático San Siro, em Milão, o mundo inteiro parou para assistir a uma reedição histórica da final da UEFA Champions League. Atlético de Madrid e Real Madrid voltavam a se enfrentar em uma decisão emocionante, marcada por equilíbrio, tensão e muita entrega. Após 90 minutos de muita luta e um empate sem gols, a partida seguiu para a prorrogação, onde o cansaço dominava ambas as equipes. A decisão, então, foi para os pênaltis, e o Real Madrid saiu vitorioso por 5 a 3, conquistando seu 11º título da competição, a tão celebrada “La Undécima”.
O Real Madrid chegava à sua 14ª final da Champions League, mantendo uma invencibilidade impressionante desde 1981 nas decisões do torneio. Diferente do que aconteceu em 2014, quando conquistaram a “La Décima”, dessa vez os merengues chegavam como favoritos, com um elenco sólido e uma campanha consistente sob o comando de Zinedine Zidane, que havia assumido o time no meio da temporada e conquistado rapidamente a confiança do grupo.
Na fase de grupos da temporada 2015-2016, o Real dividiu a chave com Shakhtar Donetsk, Paris Saint-Germain (PSG) e Malmö FF. O time venceu duas vezes o Shakhtar (4-0 em casa e 4-3 fora), empatou sem gols contra o PSG na França e venceu em Madrid por 1 a 0. Contra o Malmö, venceu 2-0 em casa e goleou por 8-0 na Suécia, mostrando seu poder ofensivo.
Nos mata-matas, o Real Madrid eliminou a Roma com duas vitórias convincentes, 2-0 e 2-0, avançando com um placar agregado de 4 a 0. Nas quartas, enfrentou um duro desafio contra o Wolfsburg, que surpreendeu vencendo a partida de ida por 2 a 0 na Alemanha. Porém, em uma recuperação épica no Santiago Bernabéu, o Real fez 3 a 0 e garantiu a vaga na semifinal. Lá, encarou o Manchester City, superando os ingleses com um empate sem gols fora e uma vitória magra, mas decisiva, por 1 a 0 em casa.
O Atlético de Madrid, por sua vez, começou a competição no Grupo C, ao lado de Benfica, Galatasaray e Astana. Os colchoneros dominaram o Galatasaray com duas vitórias por 2 a 0, empataram em casa com o Benfica (1-2) e venceram fora pelo mesmo placar. Contra o Astana, venceram em casa por 4 a 0 e empataram sem gols na viagem ao Cazaquistão.
Classificados em primeiro lugar, os espanhóis enfrentaram o PSV nas oitavas, com duas partidas muito equilibradas que terminaram em 0 a 0 no tempo regulamentar, levando a decisão para os pênaltis, onde o Atlético venceu por 8 a 7. Nas quartas, encararam o Barcelona, em uma disputa acirrada, com vitória culé por 2 a 1 no Camp Nou e triunfo colchonero por 2 a 0 no Vicente Calderón. Na semifinal, desafiaram o poderoso Bayern de Munique, vencendo em casa por 1 a 0, e perdendo na Alemanha por 2 a 1, mas avançando graças ao critério do gol fora.
No dia da final, mais de 70 mil torcedores lotaram o San Siro para assistir ao duelo madrilenho que paralisava não só a Espanha, mas todo o continente. De um lado, um Real Madrid recheado de estrelas como Cristiano Ronaldo, Gareth Bale, Karim Benzema e o capitão Sergio Ramos, que tinha uma história especial com finais da Champions. Do outro, o Atlético de Diego Simeone, um time conhecido pela garra, tática defensiva impecável e jogadores como Antoine Griezmann, Gabi e o influente Yannick Carrasco.
O jogo começou com domínio absoluto do Real Madrid, que controlava a posse de bola e pressionava o Atlético. Gareth Bale foi o principal destaque, participando ativamente das jogadas ofensivas. A vantagem merengue veio em uma cobrança de falta de Toni Kroos, que Sergio Ramos desviou de cabeça para abrir o placar. Com esse gol, Ramos se tornou o primeiro zagueiro a marcar em duas finais da Champions, um feito quase místico para o capitão.
O gol abalou o Atlético, que parecia perdido até o intervalo. No entanto, a entrada do jovem Yannick Carrasco mudou a dinâmica do jogo. O Atlético voltou com mais energia e criatividade, criando chances e pressionando o Real. Griezmann teve um pênalti defendido, mas a equipe continuou insistindo. O empate veio aos 79 minutos, com Carrasco aproveitando um cruzamento de Juanfran para empatar o jogo, reacendendo a esperança colchonera.
Na prorrogação, o Atlético começou melhor, pressionando o adversário, mas o Real conseguiu equilibrar e dominou a segunda etapa, ainda que Cristiano Ronaldo tenha tido uma atuação discreta, sem grandes chances claras. O jogo seguiu empatado até o fim dos 120 minutos, levando a decisão para as penalidades — um desfecho dramático e cheio de tensão.
Nas cobranças, Lucas Vázquez, Marcelo e Bale converteram para o Real; Griezmann, Gabi e Saúl marcaram para o Atlético. Sergio Ramos, capitão e herói, não desperdiçou sua cobrança. Juanfran, porém, bateu na trave, abrindo caminho para a vitória. Cristiano Ronaldo, carregando a responsabilidade, foi o último a bater e garantiu o título para o Real Madrid, consagrando a “La Undécima”, um marco histórico para o clube.
Mais uma vez, o Atlético mostrou sua força e determinação, lutando até o fim, mas foi o Real Madrid quem celebrou, consolidando sua hegemonia europeia e escrevendo mais um capítulo inesquecível na história da Champions League.
Comments