Champions League: a cabeçada de Ramos mudou tudo em 2014
- Érica Karina
- 7 de fev.
- 3 min de leitura
Pela primeira vez na história da Champions League, dois times da mesma cidade decidiram o título. O palco escolhido foi o Estádio da Luz, em Lisboa, onde Atlético de Madrid e Real Madrid protagonizaram uma final eletrizante. Em uma virada emocionante, com empate nos acréscimos e vitória na prorrogação por 4 a 1, os merengues quebraram um jejum de 12 anos e conquistaram a sonhada "La Décima".
O futebol e suas surpresas
Assim como a histórica final de 1999, vencida pelo Manchester United nos minutos finais, a decisão em Lisboa mostrou novamente a imprevisibilidade do futebol. Nos acréscimos do segundo tempo, o Real Madrid buscou o empate, ganhando uma sobrevida para virar o jogo e conquistar a "orelhuda" no tempo extra.
Na temporada 2013-2014, o Real Madrid tinha como grande objetivo reconquistar a Champions League, um troféu que não brilhava no Santiago Bernabéu desde 2002. Comandados por Carlo Ancelotti e liderados por Cristiano Ronaldo, os merengues dominaram a fase de grupos com cinco vitórias e um empate. No mata-mata, atropelaram o Schalke 04 com um agregado de 9 a 2. Depois, passaram pelo Borussia Dortmund com vitória por 3 a 0 em casa e derrota por 2 a 0 fora.
Na semifinal, encararam o atual campeão Bayern München. O que prometia ser um duelo equilibrado virou um espetáculo merengue: 1 a 0 no Bernabéu e um inesquecível 4 a 0 na Allianz Arena, que confirmou a vaga na final contra o rival da cidade.
O Atlético de Madrid, por sua vez, vivia uma temporada de sonho. Campeão espanhol após 18 anos, também brilhou na Champions, com cinco vitórias e um empate na fase de grupos. Superou o Milan nas oitavas (5 a 1 no agregado), o Barcelona nas quartas (1 a 0 no jogo de volta) e o Chelsea na semifinal, com uma vitória por 3 a 1 em Londres após empate sem gols na ida.
Mais de 60 mil torcedores tomaram as arquibancadas do Estádio da Luz para uma final inédita. Ambas as equipes chegaram com desfalques: o Atlético sem Arda Turan e com Diego Costa, lesionado, que foi substituído logo aos oito minutos. Pelo Real Madrid, Xabi Alonso cumpria suspensão.
O Atlético apostou em uma forte marcação e abriu o placar aos 36 minutos, quando Godín aproveitou uma falha de Casillas e cabeceou para o gol. O primeiro tempo terminou com vantagem para os colchoneros e um clima de festa nas arquibancadas.
No segundo tempo, Ancelotti lançou Isco e Marcelo em busca de mais criatividade. A pressão do Real aumentou, mas a defesa do Atlético resistia bravamente. Quando o título parecia certo, aos 48 minutos da segunda etapa, Sergio Ramos apareceu com sua cabeçada salvadora para empatar o jogo.
O gol de Ramos abalou o Atlético, que entrou na prorrogação visivelmente desgastado. O Real, embalado pela emoção, dominou as ações. Na segunda etapa do tempo extra, Di María fez bela jogada, Courtois defendeu, mas Bale aproveitou o rebote para virar o jogo: 2 a 1.
A partir daí, o Atlético desmoronou. Marcelo ampliou com um chute rasteiro e, já nos minutos finais, Cristiano Ronaldo sofreu pênalti e converteu, fechando a goleada em 4 a 1.
A conquista da tão sonhada "La Décima"
O Real Madrid finalmente conquistava seu décimo título europeu, ampliando a diferença para o segundo maior campeão, o Milan, com sete troféus. Cristiano Ronaldo, autor do último gol da final, foi eleito o melhor jogador da competição, estabelecendo um recorde de 17 gols em uma única edição. Ele também seria coroado o melhor jogador do mundo naquele ano, completando uma temporada perfeita para o craque português.
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