top of page

Champions League: a ascensão do Porto em 1987

Até o início da década de 1980, o Futebol Clube do Porto já era uma força nacional e a principal potência do norte de Portugal, mas ainda distante em conquistas de seus rivais Benfica e Sporting. Essa realidade começou a mudar com a chegada de Pinto da Costa à presidência do clube, um momento que marcou o início de uma nova era.


Com vasta experiência nos bastidores do Porto, Pinto da Costa conhecia o clube como poucos. Após um período afastado, retornou como diretor de futebol e, em 1980, rompeu com o então presidente Américo de Sá. Em 1982, assumiu definitivamente o comando da instituição com ideias ambiciosas e visão estratégica.


Seu objetivo era claro: transformar o Porto em um clube de dimensão nacional e internacional. Além de conter o avanço local do Boavista, que havia vencido três vezes a Taça de Portugal recentemente, Pinto da Costa apostou em nomes conhecidos. Recontratou o técnico José Maria Pedroto, que já havia conquistado títulos com o clube, e trouxe de volta o artilheiro Fernando Gomes, que estava no Sporting. Também reestruturou as finanças e traçou um plano ousado para o futuro. Como profetizou:


“Se formos à final da Taça dos Campeões Europeus, não estaremos lá apenas para participar, mas sim para ganhar.”

O elenco que levaria o Porto à glória europeia começou a ser formado aos poucos. Dos 11 titulares da final de 1987, apenas João Pinto (capitão) e Jaime Magalhães eram remanescentes mais antigos.Nos primeiros anos, chegaram Fernando Gomes, o zagueiro Eduardo Luís e o lateral Augusto Inácio. Em 1984, vieram Quim e Antônio André. Já em 1985, desembarcaram o zagueiro brasileiro Celso e o argelino Rabah Madjer, nomes fundamentais na campanha europeia.


A jornada europeia

Em 1985, o Porto sofreu a perda do treinador Pedroto, vítima de câncer. O comando passou para Artur Jorge, que deu continuidade ao trabalho, levando o time ao bicampeonato português e à sua segunda participação na Taça dos Campeões Europeus.


A campanha começou com um atropelo sobre o Ajax: 9 a 0 no jogo de ida e vitória discreta por 1 a 0 na volta. Na fase seguinte, veio o susto: derrota por 1 a 0 para o Vitkovice, na Tchecoslováquia. Mas no jogo de volta, o Porto se impôs com gols de André, Celso e Futre, vencendo por 3 a 0.


Contra o Brøndby, dos jovens Peter Schmeichel e Brian Laudrup, o Porto perdeu o primeiro jogo, mas venceu na volta por 1 a 0, com gol de Juary, o talismã da equipe.


As semifinais e o caminho para Viena

Nas semifinais, o adversário foi o poderoso Dínamo de Kiev, treinado por Valeriy Lobanovskyi. No jogo de ida, Futre abriu o placar em jogada individual, seguido por gol de pênalti de André. O Dínamo ainda diminuiu com Yakovenko, mas o placar final foi 2 a 1. Na volta, Celso e Fernando Gomes ampliaram a vantagem, e mesmo com o gol de Mikhailichenko, o Porto garantiu mais uma vitória por 2 a 1.


Estava decidido: o Porto enfrentaria o Bayern München na grande final, no Praterstadion, em Viena.


A conquista da Europa

Na final, o Porto enfrentava não só um gigante europeu, mas também desafios internos: sem seu capitão Lima Pereira e o artilheiro Fernando Gomes, lesionado. O técnico Artur Jorge adotou uma formação mais conservadora, usando Futre como atacante móvel.


O Bayern abriu o placar com Ludwig Kögl, aos 25 minutos. Mas no segundo tempo, o Porto virou o jogo com dois gols históricos: primeiro, um calcanhar mágico de Madjer, aos 77 minutos; depois, Juary, completando cruzamento do argelino. Placar final: 2 a 1.O Porto era campeão europeu pela primeira vez.


A glória mundial

No final de 1987, em Tóquio, o Porto enfrentou o Peñarol na final do Mundial Interclubes. Fernando Gomes abriu o placar, Ricardo Viera empatou, e na prorrogação, Madjer, com frieza e genialidade, marcou por cobertura, selando a vitória e a conquista do mundo.

Comments


Futebol por Elas

  • Instagram
  • Facebook
  • X
  • LinkedIn
  • YouTube

©2024 por Futebol por Elas. Orgulhosamente criado com Wix.com

bottom of page