A bandeira mais colorida do futebol
- Ana Luisa Oliveira
- 4 de dez. de 2022
- 2 min de leitura
Em meio ao maior torneio de futebol do mundo, um assunto vem sendo muito falado em diversos veículos de comunicação. Desde a escolha do Qatar como sede da Copa do Mundo, muito se criticou pelo país ter leis muito duras contra minorias, como mulheres e a comunidade LGBTQIA+. Um esporte de alcance global, o futebol sempre abraçou as mais diversas comunidades. Deu voz aos negros das periferias, enalteceu craques filhos dos mais humildes, mostrou que as mulheres tem espaço (e muito) dentro e fora de campo e abraçou toda e qualquer pessoa que colocasse o seu coração ali. Apesar de ainda vivenciar muitos preconceitos, é um esporte que une pessoas em prol de lutas, e agora não foi diferente.
Um evento de grande porte como este chama a atenção dos mais diversos torcedores, que tem o direito de torcer por suas seleções, junto com suas famílias, amigos e, aos mais aventureiros, até mesmo sozinhos. Para um homossexual, estar em um local onde ser você mesmo é um crime, com punição de três anos até pena de morte, chega a ser aterrorizante cogitar contemplar o torneio. Baseados em sua fé, o Alcorão condena a homossexualidade, e exige uma punição para tal transgressão, válida não só para praticantes da religião, como também para toda e qualquer pessoa que manifestar sua opção sexual em seu território.
Com um mundo ainda extremamente homofóbico e uma instituição que escolhe sedes para grandes torneios que não só excluem como exterminam minorias, a esperança podia estar acabada. Mas nunca foi só sobre futebol, e estamos assistindo lindas e discretas formas de protesto em prol dessas minorias. Algumas seleções tentaram entrar com a braçadeira de capitão em apoio à comunidade LGBTQIA+, mas a FIFA vetou tal ato, o que não impediu que Harry Kane e a seleção da Alemanha fizessem a sua parte.
Para os que não vivem as dores das minorias é difícil compreender tal dor e situação, mas não é impossível de lutar junto as mesmas lutas. As mulheres querem mais e mais espaço no futebol, e só com apoio vão conseguir, porque o talento tem de sobra por todos os cantos. Os negros estão cansados de serem chamados de macacos por torcedores nos estádios. Isso é doentio. E os LGBT+ não aguentam mais serem perseguidos e mortos por não estarem dentro dos padrões impostos pela sociedade. Parem de se colocar no lugar de Deus e acreditarem que são os justos juízes de tudo, pois não são. Mais respeito e união.
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