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Adriano Imperador: o ídolo que escolheu suas raízes

A história de um menino que foi encontrado na favela, se tornou um grande jogador do futebol mundial e ajudou a família já virou clichê. Para muitos, crescer dentre marcas, dentro e fora do campo era o verdadeiro estopim da carreira. Os carros na garagem são mais importantes que os bares. Mas há um nome que faz o contrário: Adriano, Imperador.


Para muitos, apenas Didico. Adriano nunca saiu da favela. Inclusive quando virou craque da Seleção Brasileira, craque da Copa do Mundo, ídolo de nomes expressivos no futebol como Ibrahimovic, teve seu nome escrito na história e nas estrelas, fazendo jus ao seu codinome Imperador.


Adriano nasceu e cresceu na Vila Cruzeiro, uma das favelas mais perigosas do Rio de Janeiro. Lá, fez amigos e, descalço, chutou uma bola de futebol pela primeira vez. E foi assim que começou o seu estrelato, antes mesmo dos holofotes.


Adriano começou a jogar futebol no Flamengo, ainda como ponta-esquerda. Carlinhos, que era técnico da base rubro-negra, evitou a demissão de Adriano que o levou ao ataque, que acabou funcionando muito bem.


Integrante do elenco S17 do campeão mundial e da Seleção Brasileira em 1999, Adriano estreou pelo Flamengo em 2000. No ano seguinte, o atacante foi vendido para a Internazionale de Milão, onde receberia o apelido de Imperador; começando a sua trajetória de glórias.


Antes de se tornar imperador, Adriano ainda precisava conquistar uma vaga no futebol italiano para o Parma (e a Fiorentina). Fez isso em gols, voltou ao Milan e se tornou uma máquina de fazer gols. Na temporada 2004/05, Adriano marcou 32 gols em 44 jogos. Ele já era um governante; sabia do seu poder sobre a bola e assim o fez.


Adriano: I m p e r a d o r

Suas propostas foram impressionantes. Ele venceu seus oponentes com poder e estratégia. Ele tinha um chute poderoso com a perna esquerda que poderia matar um goleiro se o atrapalhasse. O atacante foi convocado pela primeira vez para a Seleção Brasileira em 2003. Em 2004, com um daqueles foguetes canhotos, conquistou a Copa América pela seleção contra a Argentina. Em 2005, venceu os hermanos em batida de samba na Copa das Confederações.


Apesar de estar no auge da carreira, Adriano se sentia vazio. Em 2004, seu pai, Almir, faleceu e Adriano começou a sofrer de alcoolismo. "Depois da morte dele tudo piorou, porque me senti completamente sozinho. Fiquei sozinho na Itália, triste, deprimido, e comecei a beber. Só ficava feliz quando bebia e fazia isso todas as noites. Bebia tudo o que tinha. Eu ponho a mão: vinho, whisky, vodka, cerveja", disse, em entrevista ao jornal português A Bola.


Javier Zanetti, argentino do Inter que estava com Adriano quando o atacante recebeu a notícia da morte do pai, diz que o jogador “nunca mais foi o mesmo”.


“Quando ele recebeu a ligação sobre a morte do pai, estávamos na sala. Ele pegou o telefone e começou a gritar de uma forma que ninguém imaginava, ainda estou em estado de choque). Passamos a tratá-lo como um irmão mais novo. “Ele continuou jogando, marcando gols e se dedicando ao pai, apontando para o céu, mas depois daquele chamado nada nunca mais foi igual.”


2006 foi o último ano de Adriano na primeira divisão europeia, com 20 gols. Depois da Copa, que acabou decepcionante no Brasil, com a eliminação da França nas quartas de final, Adriano voltou a Milão e decidiu deixar o time. Ele precisava estar perto de sua família.


De volta ao Brasil

Adriano era visto constantemente na Vila Cruzeiro. Saiu do clube italiano para morar com amigos na favela. "Ando descalço, sem camisa, jogo futebol, faço churrasco. Isso é precioso." Para estar perto da Vila Cruzeiro, de amigos e familiares, o jogador foi emprestado ao São Paulo em 2008.


Conseguiu bom desempenho no Tricolor, com 17 gols em 28 jogos. Teve que voltar para a Itália, mas logo sentiu saudades de casa e acabou retornando ao Flamengo. Foi grande nome no título do clube brasileiro em 2009, sendo o artilheiro do torneio e marcando para sempre seu nome na história do clube que começou a dar seus primeiros passos rumo ao estrelato.


Ainda protagonizou uma tentativa frustrada ao retornar à Itália; com oito jogos sem marcar gol na Roma, e o título brasileiro sem protagonista no Korinte até encerrar a carreira após uma curta passagem pelo Athletico Parananese e Miami United,  pela última vez.


Assim, Adriano deixou de lado o futebol e voltou para a Vila Cruzeiro. Apesar de ter se envolvido em algumas polêmicas ao longo dos anos; Adriano se reencontrou no seu lugar e espaço  e voltou para sua casa. O inigualável Adriano, deixou milhões de lado para viver onde é feliz, andando descalço, fazendo churrasco e convivendo com sua gente.


escrito por: Isabelle Félix

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