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Quantas medalhas vale a sua saúde mental?

O esporte é realmente incrível. Um mundo capaz de nos ensinar sobre os principais valores da vida como comprometimento, trabalho duro e renúncia.


Viver do esporte não é tarefa fácil, requer uma trajetória inteira de esforço, dedicação e muitas privações. Tempo para curtir a família e amigos nos finais de semana é raro. Deixar de lado a dieta no final de semana nem pensar. E maratonar aquela série nova na Netflix? Esquece.


Vale lembrar que apesar dos esforços e comprometimento, a maioria dos atletas sequer alcança o sucesso profissional ou desfruta de uma vida financeira confortável. Uma vida inteira em busca de um único objetivo que pode não ser conquistado. Consegue imaginar?


Essa semana o mundo todo foi surpreendido com a decisão da atleta Simone Biles em não seguir na disputa de medalhas nas Olimpíadas de Tóquio. A ginasta, que era considerada o grande nome da competição revelou a falta de sintonia entre sua mente e seu corpo, e afirmou que sua decisão se tratava de uma questão de saúde mental.


Esse assunto vem sendo discutido de maneira mais enfática devido aos impactos causados pela pandemia do Coronavírus e o isolamento social. Porém, ainda há um estigma sobre a temática, considerada por muitos como insignificante e banal.


Com apenas 24 anos e com uma história de vida dramática, Simone Biles se torna protagonista de um capítulo muito importante para a evolução do esporte como um todo: a necessidade do atleta receber acompanhamento psicológico durante toda a carreira.


Como se não bastassem todas as dificuldades enfrentadas pelos atletas em busca da concretização de seus sonhos, eles ainda sofrem uma pressão descomunal por parte de seus familiares (que depositam neles as esperanças de um futuro melhor) dos técnicos, patrocinadores, colegas de equipe, e finalmente, pelos torcedores. Em se tratando de Simone Biles, não estamos lidando apenas com a torcida norte americana, mas com torcedores do mundo todo.


A pressão que uma atleta como ela carrega sozinha é inimaginável. Sequer somos capazes de lidar com a pressão de um chefe exigente, imagina lidar com a expectativa de milhões de torcedores.


Simone demonstrou coragem e maturidade ao decidir se afastar da competição. Deixou o ego de lado e ao priorizar sua saúde mental e suas companheiras, mostrou por quê é chamada de “GOAT” – greatest of all times (a melhor de todos os tempos).


Às vezes, desistir pode ser o maior ato de coragem.


Mas, apesar do momento angustiante, a conduta de Simone tem tudo para transformar o cenário dos esportes em relação à saúde mental e a importância de expor e tratar o assunto com urgência e seriedade.

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