Futebol e a violência contra a mulher
- Gabriela Messetti
- 20 de mai. de 2020
- 2 min de leitura
Em dezembro de 2019, o goleiro Jean do São Paulo, foi preso em Orlando nos Estados Unidos, acusado de agredir a sua esposa. Mas o relato de agressão não é novo, e tampouco assustador. O que assusta é a moral que os jogadores mantêm com os clubes, que rapidamente esquecem o ocorrido, deixando na mão (pra variar) as vítimas.
Quem não se lembra de casos com o do jogador Robinho, acusado de estupro e violência contra mulheres? Além de Danilinho, ex-Atlético; Juninho, do Sport; Adriano, Imperador; e o mais conhecido goleiro Bruno, entre tantos outros que foram denunciados por agressão e violência doméstica.
Acontece que na maioria esmagadora dos casos, os clubes continuam recebendo os atletas de portas abertas, como se nada tivesse acontecido. E há casos em que os jogadores acabam fazendo tudo de novo.
Vivemos uma cultura machista tão enraizada, que parece até natural a violência contra a mulher. Os clubes tem sido cúmplices das atitudes como a do goleiro Jean, e não tem o menor compromisso com o desenvolvimento do caráter dos jogadores, emocional e educacional.
Os jogadores não tem acompanhamento psicológico e muitos são abusados física e psicologicamente desde pequenos, podendo crescer acreditando que podem fazer o mesmo com outras pessoas.
Precisamos de clubes comprometidos tanto com o comportamento do jogador em campo como fora dele, ainda que isso resulte em uma rescisão de contrato ou suspensão do atleta.
É inadmissível que um jogador capaz de agredir/estuprar/matar seja recebido de braços abertos e com prestígio por um clube de futebol, clube este que tem em suas mãos a capacidade de ajudar na luta contra a violência, seja ela de que forma for.
Gustavo Andrada Bandeira é pontual em sua afirmação:
“Se a violência contra a mulher já é naturalizada pelo homem comum, imagina pelo homem rico, famoso e idolatrado, como é o caso de muitos jogadores de futebol? Ele acaba pensando que a mulher não tem direito de lhe negar nada. E se sente protegido pela devoção incondicional dos torcedores, que tendem a culpar a vítima quando um de seus ídolos se envolve num escândalo desse tipo”.
É ou não é?
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