Como funciona a limitação da troca de técnicos no Brasileirão?
- Gabriela Messetti
- 19 de nov. de 2021
- 2 min de leitura
Em meados de março de 2021, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) autorizou a regra que limita as demissões de treinadores no Campeonato Brasileiro.
A finalidade da regra é justamente diminuir tamanha rotatividade de técnicos nos times de futebol, bem como um período de tempo maior e mais liberdade para possibilitar um trabalho mais eficiente com a equipe.
Dessa forma, o artigo 32 do Regulamento do Brasileirão 2021 estabeleceu que:
"Somente será permitida uma demissão de treinador sem justa causa, por iniciativa do clube, durante o campeonato. Caso o clube demita um segundo treinador sem justa causa após ter demitido o primeiro nessa mesma condição, deverá necessariamente utilizar um treinador registrado há pelo menos seis meses no clube. Eventual pedido de demissão por parte do treinador, demissão por justa causa por iniciativa do clube ou rescisão por mútuo acordo não serão computados para os efeitos deste artigo"
Na teoria, se houver a dispensa de um segundo treinador no decorrer do Brasileirão, então esse mesmo clube terá que efetivar um profissional que já trabalha na entidade de prática desportiva há pelo menos 6 meses para comandar o time até o final do campeonato.
Entretanto, o regra aprovada pela CBF dispõe que se a rescisão se der por mútuo acordo, então é possível liberar os clubes e os técnicos dessa limitação.
O regramento revela que o comum acordo não gera problema algum para os times ou para os técnicos, possibilitando novas contratações.
Diante disso, é possível perceber um aumento de rescisões por acordo mútuo, uma vez que não há limitações para essa modalidade.
Acontece que apesar de parecer 100% benéfica para ambos, é preciso analisar a situação por outro ângulo. Por parte do clube, esse tipo de rescisão é visto como forma de burlar a lei e garantir a contratação de outros profissionais sem comprometer o clube.
Já para o técnico, sabendo da necessidade do clube, o comum acordo por ser utilizado de forma a buscar uma compensação financeira maior, já que estaria fazendo um "favor" a entidade desportiva. Inclusive vários treinadores de futebol tem criticado essa modalidade de rescisão, apontando que teriam sido forçados pelos clubes a assinarem o acordo.
Por fim, é provável que o regramento sofra algumas mudanças com o objetivo de obrigar ainda mais os clubes a reconsiderar as contratações e dispensas dos treinadores, bem como encorajar os técnicos a trabalhar com mais afinco e seriedade.
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