Champions League: o bicampeonato que consolidou uma lenda do Nottingham Forest em 1980

Após surpreender o mundo do futebol na temporada anterior, o Nottingham Forest voltou à Taça dos Campeões em 1979-80, agora com moral, respeito e ambição. A equipe, que havia deixado de ser coadjuvante para se tornar protagonista, chegava embalada pela conquista europeia anterior e mantinha a espinha dorsal vencedora, com nomes como Trevor Francis, Peter Shilton e Martin O’Neill.

A caminhada rumo ao bicampeonato começou diante do modesto Östers, da Suécia. Com uma vitória por 2 a 0 no jogo de ida e um empate em 1 a 1 na volta, o Forest avançou sem sustos. Na fase seguinte, encarou o FC Argeș da Romênia e foi ainda mais eficiente: vitórias por 2 a 0 e 2 a 1, garantindo presença nas quartas de final.

Foi nesse momento que a equipe conheceu sua primeira derrota em edições da Taça dos Campeões: 1 a 0 para o Hertha Berlin, jogando em casa. Mas a derrota não abalou o time comandado por Brian Clough. Com personalidade e intensidade, o Nottingham aplicou um imponente 3 a 0 na volta, com destaque para os dois gols de Trevor Francis, avançando com autoridade para a semifinal.

O próximo desafio era monumental: o Ajax. O gigante holandês, tricampeão europeu nos anos 70, era um adversário temido, mas não intransponível. No primeiro jogo, o Forest venceu por 2 a 0 e, mesmo com uma derrota mínima por 1 a 0 em Amsterdã, garantiu a vaga para a final pela segunda vez consecutiva.

Na grande decisão, o adversário era o Hamburgo, que havia protagonizado uma virada histórica contra o Real Madrid na semifinal. Jogando no lendário Santiago Bernabéu, o Nottingham mostrou mais uma vez seu espírito competitivo. John Robertson marcou o único gol da partida e escreveu mais um capítulo inesquecível na história do clube.

Com a vitória por 1 a 0, o Nottingham Forest conquistava o bicampeonato europeu, igualando-se ao Liverpool em número de títulos da Taça dos Campeões. Mais do que isso: tornava-se o primeiro clube da história a ter mais títulos continentais do que conquistas na liga nacional. Um feito tão improvável quanto grandioso — e que eternizou o nome do Nottingham Forest no panteão do futebol europeu.