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A amizade, o amor pelo futebol e uma bagagem de lembranças

Quão emocionante e marcante pode ser realizar sonhos? Para mim, pergunta respondida, facilmente, ao abrir um sorriso lembrando dos dias 28 de agosto (o dia que saí de Santa Catarina para assistir o primeiro jogo entre Internacional e São Paulo válido pela semifinal do Campeonato Brasileiro feminino no Gigante da Beira-Rio, no Rio Grande do Sul) e 12 de setembro - jogo de volta, no Morumbi, em São Paulo.

  

Como tudo começou

São Paulo Futebol Clube é minha paixão de berço, eu aprendi a amar essa camisa com meu pai. Mas a verdade, é que a paixão e admiração pelo futebol feminino, em específico, chegou na minha vida anos mais tarde quando passei a ter acesso à internet e à medida que as mulheres finalmente começaram a ter visibilidade no esporte.


Durante a infância, ouvia falar de Cristiane, Marta e Formiga na Seleção Brasileira. Esta última, sempre me chamou atenção de um jeito diferenciado. Com o passar do tempo e revirando as escassas e às vezes contraditórias informações que encontrava na internet, descobri que meu time do coração criara uma equipe feminina cinco anos antes do meu nascimento. Isto é, em 1997 (67 anos após a fundação do clube). Descobri também que minha jogadora favorita da história (Formiga) - que joga no Tricolor, compunha o time em seus primeiros anos e no momento jogava no PSG, time europeu que escolhi para acompanhar por causa de ídolos como Ronaldinho Gaúcho e Lucas Moura. Grande coincidência.


Assistindo a história acontecer

A partir daí, além da Seleção Brasileira que tinha maior espaço na televisão, passei a pesquisar e acompanhar a fundo o São Paulo e também o PSG e ficar de olho em outros clubes e campeonatos ao redor do mundo. As partidas eram de difícil acesso e quando havia alguma forma de transmissão geralmente era em algum site e raramente na TV.


Algumas decisões importantes foram tomadas para que a modalidade começasse a ter reconhecimento e ser, no mínimo, visível. Os clubes passaram a ser obrigados a manter uma equipe feminina em atividade caso quisessem continuar participando dos grandes campeonatos masculinos. Houve um grande avanço em questões de transmissão e com isso, recordes de audiência e público vêm sendo quebrados e cada passo dado é um grande motivo de alegria e comemoração para nós que vivemos esse esporte e essa modalidade. Apesar da grande disparidade entre os gêneros no esporte, o futebol feminino vem resistindo e superando as barreiras impostas em seu caminho.


Semifinais

Assistir a partida entre Internacional x São Paulo de perto (ainda que acompanhando uma grande amiga na torcida da casa e por questões óbvias não podendo demonstrar minha torcida) foi surreal.


Um filme passava na mente cada vez que observava as cadeiras ocupadas e ver principalmente idosos e homens ali me deixava admirada e extremamente feliz, assim como as vezes que chegava na sala de casa e meu avô, pai ou irmão estavam assistindo alguma partida entre mulheres. O jogo terminou em 1 a 1. Sem vantagens, a emoção de conhecer o finalista aconteceria mesmo no segundo jogo. Fazia muito frio na capital gaúcha mas voltamos para Santa Catarina com o coração aquecido por tudo que vivemos.


O jogo de volta ocorreu no Morumbi duas semanas depois e lá estávamos nós também. Dessa vez, a amiga colorada que ficou na minha torcida e apesar de eu já ter assistido uma partida masculina lá, era minha primeira vez podendo torcer abertamente pelas meninas do meu tricolor. Uma torcida que não parou sequer um minuto de cantar mesmo debaixo de chuva e que apesar da eliminação (São Paulo 0 x 1 Internacional) pôde demonstrar carinho e orgulho abraçando as jogadoras no portão do estádio.


Assim, realizava grandes sonhos simultaneamente: assistir aos jogos femininos, trocar uma palavrinha com as jogadoras e mesmo sem ver em campo por causa de lesão, conhecer a grande responsável por tudo isso na minha vida: Miraildes Maciel Mota, Formiga. Já minha amiga, além de voltar pra casa com a classificação, teve a oportunidade de demonstrar seu afeto pela Gurias Coloradas e de quebra realizar o sonho de conversar com a grandiosa Ingrid de Paula Silva, mais conhecida como Sorriso. Dias que ficarão pra sempre em nossa memória e coração, graças ao futebol.

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